segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

O cristão e a administração do dinheiro: princípios da mordomia financeira na sociedade contemporânea

Aqui está um ponto complexo, uma vez que o dinheiro se destaca como algo difícil de ser administrado. Não seria prudente dizer que somente um grupo de pessoas tem essa dificuldade. Todos estamos sujeitos a isso. Nossa intenção, aqui, é dar sugestões de como você pode contornar uma situação ruim, fruto de uma má administração financeira pessoal.

Mordomo é aquele que administra a casa de seus patrões e zela pela integridade dos bens que ali se encontram guardados. A Bíblia é a revelação da vontade divina, por esse motivo ela ensina o papel do servo de Deus como mordomo, administrador de tudo que pertence ao Pai. O ser humano, então, deve administrar com competência os bens confiados.

“E disse o Senhor: Qual é, pois, o mordomo fiel e prudente, a quem o senhor pôs sobre os seus servos, para lhes dar a tempo a ração? Bem-aventurado aquele servo a quem o seu senhor, quando vier, achar fazendo assim. Em verdade vos digo que sobre todos os seus bens o porá” (Lucas 12.42-44).

Você precisa entender que a administração do dinheiro, seja a nível pessoal ou público, deve ser feita com responsabilidade e, acima de tudo, com honestidade. O relacionamento com o dinheiro pode direcionar o seu modo de vida. Portanto, o caminho a ser trilhado é uma decisão sua.

É preciso dar ao dinheiro o seu devido valor. Não me refiro a simples apreciação monetária, mas ao papel que ele exerce em nossas vidas. Em Timóteo 6.10, vemos que o dinheiro não é a raiz de todos os males, porquanto o amor ao dinheiro é: “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores”.

Quando uma pessoa concede ao dinheiro mais importância do que este, de fato, merece, acaba dando lugar à ganância e à avareza. Isto é uma realidade: quanto mais dinheiro possuímos, mais queremos tê-lo em maiores quantidade. Uma vez que nossas vontades como seres humanos são ilimitadas, sempre queremos mais. Algumas pessoas possuem dentro de si tanto a necessidade de adquirir coisas novas que chegam a ultrapassar sua própria possibilidade monetária, afogando-se em dívidas e financiamentos intermináveis.

O dinheiro não é bom ou mal em si mesmo. Nós é que damos sua destinação. Por isso, entenda que ele é um meio e não um fim. É apenas um mecanismo satisfativo. O dinheiro não existe para ser adorado, mas para ser empregado na satisfação de nossas necessidades.
O que quero dizer é que não trabalhamos por causa do dinheiro em si. Trabalhamos porque precisamos atender certas necessidades que temos como indivíduos inseridos em uma coletividade e o dinheiro é o meio que a sociedade, ao longo de sua evolução, escolheu como mola propulsora das relações comerciais. Se você trabalha unicamente para ajuntar tesouros, reveja seus conceitos e esteja disposto a aprender sobre mordomia financeira.

A utilização do dinheiro deve ser justa, honesta e racional. Lembre-se das palavras do apóstolo Paulo: “Nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores” (v. 10b).

O amor ao dinheiro é a raiz do mal. A Bíblia condena expressamente a avareza porque ela conduz o homem ao egoísmo. “Sejam vossos costumes sem avareza, contentando-vos com o que tendes; porque ele disse: Não te deixarei, nem te desampararei” (Hebreus 13.5). É prejudicial colocar o dinheiro à frente de todas as coisas, ainda mais quando se trata de questões espirituais.

É inegável que a sociedade contemporânea gravita ao redor do dinheiro, tornando-o a razão de tudo. Mas não se esqueça de que “o que ama o dinheiro nunca se fartará dele” (Eclesiastes 5.10). De modo algum estamos dizendo que o dinheiro é prejudicial à vida do servo de Deus. Pelo contrário, o Senhor nos abençoa financeiramente porque deseja que sejamos prósperos pelo fruto de nosso trabalho. O erro está na má aplicação do dinheiro.

O verdadeiro mordomo (administrador) cristão tem o Pai Celestial como seu orientador pessoal. Sempre procure um modo de contribuir com o Reino de Deus na obtenção de seu dinheiro, ainda que este seja pouco. Não espere receber um altíssimo salário ou elevada soma em dinheiro para ajudar na obra de Deus nesta terra. A parábola de Jesus diz: “Disse-lhe o seu Senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor” (Mateus 25.23).

Algumas correntes doutrinárias que não trazem qualquer alicerce bíblico declaram que boa condição financeira caminha na contramão da espiritualidade. Isso não tem fundamento algum. Os defensores de tal corrente de pensamento se apoiam na (falsa) premissa de que a prosperidade financeira rouba a humildade do homem, afastando-o de Deus. Vemos que, diante de tal argumento, muitos são os mecanismos que podem nos afastar do Pai, sendo o amor dinheiro um deles.

A Bíblia registra um encontro de um jovem rico com Jesus (Mateus 19.16-22). Ao aproximar-se de Cristo, o jovem perguntou ao Mestre o que deveria fazer para conseguir a vida eterna, explicando que já observava os mandamentos (sendo seguidor da Lei Mosaica, é bem provável que aquele jovem fosse semelhante a um cristão de nossos dias). Ao passo que Jesus lhe disse: “Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me” (v. 21). O jovem retirou-se triste, pois seu amor ao dinheiro falou mais alto em seu coração.

Será que Jesus realmente queria que aquele jovem se desfizesse de tudo que tinha? A intenção de Cristo era mostrar a força e as consequências do amor ao dinheiro. Amar o dinheiro é colocá-lo acima de todas as coisas e fazer dele a prioridade maior de nossas vidas.

Como filhos de Deus e cumpridores de sua Palavra, temos livre acesso a toda sorte de bênçãos, tanto espirituais quanto materiais. Não é mais do que justo que venhamos a desfrutar uma vida financeiramente estável, fruto de uma administração pessoal em harmonia com os preceitos divinos?

Logicamente, a condição financeira é proporcional à dedicação e ao esforço de cada indivíduo. “E também que todo o homem coma e beba, e goze do bem de todo o seu trabalho; isto é um dom de Deus” (Eclesiastes 3.13). É também um princípio evidenciado após a desobediência do homem. “No suor do teu rosto comerás o teu pão” (Gênesis 3.19).

Devemos, portanto, nos esforçar para colocarmos o dinheiro no seu devido lugar, apenas como um meio para obtenção da satisfação de nossas necessidades como seres humanos (educação, lazer, alimentação, manutenção de uma vida social estável, entre outras) e não colocar o dinheiro num nível de importância superior até mesmo ao que damos às pessoas e a Deus. Fazer isso é colocar o dinheiro no lugar de Deus em nossas vidas. Precisamos estar sempre atentos à importância que damos ao dinheiro e jamais cair nas armadilhas que nos cercam.

Que Deus venha a lhe dar o discernimento necessário para colocar em prática os ensinamentos aqui apresentados. Que o Pai celestial sempre esteja com você!

Renato Collyer

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Fé para dias difíceis

Ser cristão não pressupõe uma vida repleta de alegrias e alheia às tribulações. Muitas pessoas têm o errôneo entendimento de que seguir a Cristo é viver num mar de rosas. O próprio Jesus disse que enfrentaríamos problemas e que passaríamos por dificuldades ao longo de nossa caminhada por este mundo (João 16.3).

Isso não quer dizer, no entanto, que nossa vida deva ser repleta somente de dificuldades e perseguições. Por sua imensa compaixão, Jesus nos assegurou bênçãos, alegria e paz. A Bíblia nos mostra que quando estamos no centro da vontade do Pai, as tribulações têm efeito positivo, porque nos ensinam a depender de seu precioso amor.

A palavra tribulação significa sofrimento, aflição e adversidade. Também representa tormento e amargura. “Eis que foi para a minha paz que tive grande amargura, mas a ti agradou livrar a minha alma da cova da corrupção; porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados” (Isaías 38.17).

Como filhos de Deus, temos paz com ele através de Jesus Cristo. Fomos justificados, tendo livre acesso à paz e às bênçãos divinas. Porém é muito fácil oferecermos louvor e ações de graças quando tudo está estável. Adorar na calmaria é simples! A Palavra de Deus nos ensina que também devemos dar glórias nas dificuldades, sabendo que a tribulação produz paciência.

A paciência nos ajuda a suportar as dores e os infortúnios com resignação. É uma atitude que expressa nossa compreensão da vontade de Deus. Mesmo sendo uma difícil lição, devemos praticar a paciência em nosso lar, depois praticá-la na igreja local, no tratamento com nossos irmãos em Cristo e até com as pessoas que nos querem mal. “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade; abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis” (Romanos 12.12-14).

A tribulação também produz experiência. Assim como um soldado que só adquire experiência no campo de batalha, a experiência cristã demanda tempo na presença do Senhor, adorando-o e servindo-o. Isso porque não se adquire experiência no momento da conversão.

Essa experiência consiste na prática dos preceitos cristãos, na medida em que se obtém conhecimentos necessários para uma vida vitoriosa em Cristo. Há cristãos que não passam na prova da experiência porque são induzidos a pular etapas quando novos na fé. Assim, eles não adquirem o conhecimento e a maturidade espiritual, imprescindíveis para encarar os problemas de frente.

Ao invés disso, murmuram contra Deus e chegam até mesmo a desistir da caminhada cristã. Em virtude disso, é imprescindível a prática da paciência para aprender as lições da experiência. Siga o exemplo de Davi: “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor” (Salmo 40.1).

Para suportar as tribulações é preciso ter fé. Certa vez, quando estava dando aula para um grupo de adolescentes, expliquei para eles que a fé em Cristo pressupõe três elementos essenciais: sensibilidadeesperança e perseverança.

Sensibilidade
. Presenciei situações de pessoas que não tiveram a sensibilidade suficiente para receber as bênçãos dos céus. Elas não estavam sensíveis à voz do Senhor. Estavam tão incrédulas que foram incapazes de sentir o mover de Deus.
Ter sensibilidade é estar atento ao chamado do Pai. É não criar barreiras internas para a ação sobrenatural do Senhor. Dentre outras razões, a falta de sensibilidade é também um dos impedimentos que obstam o agir de Deus na vida do cristão.

Quando nosso coração não está sensível, deixamos de acreditar que o milagre existiu e damos lugar à dúvida, outro fator que impede que contemplemos o Reino de Deus nesta terra. Abra seu coração e se permita depositar plenamente sua confiança no Senhor.

Esperança. O apóstolo Paulo escreveu: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Romanos 5.3-5).

Esperança é a atitude de aguardar algo que se deseja e não simplesmente desistir no meio da jornada. O cristão deve esperar, confiando que Deus cumprirá todas as promessas que fez. Nos momentos de angústia não podemos perder a esperança. É um componente essencial da fé. Sem esperança, não há fé.

Jó foi um exemplo de como um servo de Deus pode ser vitorioso nas tribulações. O patriarca perdeu seus filhos e toda sua riqueza em um só dia. Mesmo diante da adversidade, lançou-se em terra e adorou ao Senhor. “Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou” (Jó 1.20).

O relacionamento com Deus não é mera teoria, mas realidade para aqueles que o buscam e esperam o cumprimento de suas promessas. “E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jeremias 1.12). Nosso Pai Celestial nunca falha (Isaías 43.13) e está sempre pronto para conceder o desejo do nosso coração (Salmo 37.5), mediante sua perfeita vontade.

Perseverança. As lutas e tribulações fazem parte da vida cristã do mesmo modo que as bênçãos divinas. Jesus disse que no mundo (vida secular) teremos aflições, mas que devemos ter perseverança, pois ele venceu o mundo. As tribulações servem como aperfeiçoamento do caráter cristão.

Durante os Jogos Olímpicos, vemos diversos atletas de diferentes países competindo por uma medalha de ouro. Alguns desses atletas recebem altíssimos patrocínios e gozam de uma vida financeiramente estável. Porém muitos que ali estão não possuem sequer condições para se manterem em seu próprio país de origem. Esses últimos, entretanto, são os que recebem mais atenção da mídia quando conquistam uma medalha.

O motivo? Perseverança.

Os atletas que possuem os melhores equipamentos, a melhor estrutura, os melhores patrocinadores não chamam tanto a atenção quando conquistam a medalha porque, de certo modo, já se era esperado que eles ganhassem, que chegassem ao lugar mais alto do podium. Os verdadeiros heróis são aqueles que conseguem ultrapassar as barreiras do preconceito, do racismo, da quase miserabilidade e conquistam a medalha de ouro.

Os heróis não vivem em casas luxuosas e gozam de uma vida de fartura. Os heróis (de verdade) vencem inimigos muitos mais poderosos do que seus oponentes.

Do mesmo modo acontece na grande maratona cristã que perfazemos a cada dia. É preciso perseverança para vencer os obstáculos da vida e alcançar o grande prêmio: a coroa da vitória em Cristo.


Renato Collyer

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Download gratuito do livro "Simplesmente Filho"

O livro "Simplesmente Filho" apresenta um texto simples e direto, que proporciona ao leitor uma leitura agradável acerca de alguns pontos importantes da caminhada cristã. Leia um trecho do Prefácio do livro:

É engraçado como algumas lembranças invadem nossas mentes sem pedir licença. Recordo-me exatamente da expressão do olhar do pastor da minha antiga igreja ao me dizer: “Filho, você está disposto a aceitar a Cristo como seu Salvador? Está disposto a ter uma relação de intimidade com ele?” Com meus 7 anos de idade eu mal sabia o significado dessa palavra, mas presumi que era uma coisa maravilhosa, pois todos me olhavam alegres, fazendo questão de mostrar seu mais cristalino sorriso.

Ao longo dos anos, pude compreender mais a fundo o que intimidade com Deus significava. A cada nova oração fui capaz de sentir sua doce presença e percebi que o que Deus realmente queria de mim era minha disposição. Mas nem sempre foi assim. Reconheço que em muitas situações eu não dava muita atenção para ele. Na verdade, ele era a última pessoa a saber da minha vida. É claro que ele sabia, mas eu não fazia muita questão de contar. E quando, finalmente, eu decidia pedir sua ajuda o formalismo entrava sem qualquer cerimônia para estragar aquele momento mágico. Em função disso, as nossas conversas não eram muito longas. Na verdade, eram bastante rápidas.


Mesmo assim, continuei sempre buscando, estudando mais acerca de seu poder, amor e de sua graça. As histórias do Velho Testamento sempre me fascinaram. Quem precisa ler estórias sobre vampiros ou sobre reinos mitológicos quando se tem um pequeno jovem capaz de derrotar um gigante com apenas cinco pedrinhas? Ou quando apenas um homem é capaz de dizer para alguém “seus pecados estão perdoados”, ressuscitar os mortos, curar os doentes, dar um show de inteligência e de firmeza no meio do deserto e

salvar toda a humanidade?

Este livro representa tudo isso e mais um pouco. Ele representa um pouco da minha própria vida como cristão. Ele é fruto de alguns meses de muita dedicação, estudo, esforço e, principalmente, oração. Minha intenção foi reunir um pouco da minha própria experiência de vida com alguns conselhos que me permiti dar. Acredito piamente que há uma razão para que você esteja lendo essas palavras. Não acredito em coincidências. Tudo tem um propósito.


Este livro fala sobre algumas coisas que sempre quis perguntar. Fala sobre minha constante busca para ser notado por Deus. Porém, ao chegar ao final percebi que minha busca tinha sido em vão. Não era necessário que eu me esforçasse tanto para ser reconhecido por Deus. Eu sempre tentei chamar sua atenção. De alguma forma, lá estava eu, sempre querendo surpreender a Deus e as pessoas. Sempre buscando ser o melhor em tudo o que fazia. E, de repente, do nada, o Pai me disse: “Nada disso é importante”. Por um momento, eu me calei. Mas, depois, perguntei: “Por quê?”. Foi ai que compreendi uma das grandes verdades da vida. Ele me disse: “Porque você é simplesmente meu filho”.





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