segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Download gratuito do livro "Simplesmente Filho"

O livro "Simplesmente Filho" apresenta um texto simples e direto, que proporciona ao leitor uma leitura agradável acerca de alguns pontos importantes da caminhada cristã. Leia um trecho do Prefácio do livro:

É engraçado como algumas lembranças invadem nossas mentes sem pedir licença. Recordo-me exatamente da expressão do olhar do pastor da minha antiga igreja ao me dizer: “Filho, você está disposto a aceitar a Cristo como seu Salvador? Está disposto a ter uma relação de intimidade com ele?” Com meus 7 anos de idade eu mal sabia o significado dessa palavra, mas presumi que era uma coisa maravilhosa, pois todos me olhavam alegres, fazendo questão de mostrar seu mais cristalino sorriso.

Ao longo dos anos, pude compreender mais a fundo o que intimidade com Deus significava. A cada nova oração fui capaz de sentir sua doce presença e percebi que o que Deus realmente queria de mim era minha disposição. Mas nem sempre foi assim. Reconheço que em muitas situações eu não dava muita atenção para ele. Na verdade, ele era a última pessoa a saber da minha vida. É claro que ele sabia, mas eu não fazia muita questão de contar. E quando, finalmente, eu decidia pedir sua ajuda o formalismo entrava sem qualquer cerimônia para estragar aquele momento mágico. Em função disso, as nossas conversas não eram muito longas. Na verdade, eram bastante rápidas.


Mesmo assim, continuei sempre buscando, estudando mais acerca de seu poder, amor e de sua graça. As histórias do Velho Testamento sempre me fascinaram. Quem precisa ler estórias sobre vampiros ou sobre reinos mitológicos quando se tem um pequeno jovem capaz de derrotar um gigante com apenas cinco pedrinhas? Ou quando apenas um homem é capaz de dizer para alguém “seus pecados estão perdoados”, ressuscitar os mortos, curar os doentes, dar um show de inteligência e de firmeza no meio do deserto e

salvar toda a humanidade?

Este livro representa tudo isso e mais um pouco. Ele representa um pouco da minha própria vida como cristão. Ele é fruto de alguns meses de muita dedicação, estudo, esforço e, principalmente, oração. Minha intenção foi reunir um pouco da minha própria experiência de vida com alguns conselhos que me permiti dar. Acredito piamente que há uma razão para que você esteja lendo essas palavras. Não acredito em coincidências. Tudo tem um propósito.


Este livro fala sobre algumas coisas que sempre quis perguntar. Fala sobre minha constante busca para ser notado por Deus. Porém, ao chegar ao final percebi que minha busca tinha sido em vão. Não era necessário que eu me esforçasse tanto para ser reconhecido por Deus. Eu sempre tentei chamar sua atenção. De alguma forma, lá estava eu, sempre querendo surpreender a Deus e as pessoas. Sempre buscando ser o melhor em tudo o que fazia. E, de repente, do nada, o Pai me disse: “Nada disso é importante”. Por um momento, eu me calei. Mas, depois, perguntei: “Por quê?”. Foi ai que compreendi uma das grandes verdades da vida. Ele me disse: “Porque você é simplesmente meu filho”.





Para baixar o livro em PDF, clique no link abaixo


domingo, 14 de setembro de 2014

A Política nossa de cada dia

Creio que atualmente estejamos vivendo um momento ímpar do cenário político nacional. Muito já se foi conquistado nas últimas décadas, em que conquistamos o direito do voto direto, colocamos e tiramos um presidente do poder. Como nação, conseguimos sobreviver aos penosos anos de regime militar. Alguns autores preferem chamar de Ditadura Militar, referindo a esse período como a fase em que tivemos um governo fascista, em que durante o regime pouquíssimo foi feito no tocante aos direitos individuas e que o Estado concentrava em si a administração e o controle dos mais diversos setores da sociedade e tinha como meta o poder pelo poder e não o poder como meio para se atingir as liberdades individuais e o bem comum.

A política é a ciência da organização, da direção e administração de um Estado. Para Aristóteles, a política é indissociável da moral, uma vez que o fim último do Estado é a formação moral dos cidadãos. Quanto a nós, brasileiros, estamos presenciando agora dois lados de uma moeda representados por duas mulheres: votar novamente na administração que está ou dar uma chance ao (que se diz) novo, que promete fazer uma “política limpa”, desvincular-se do que já estamos tão acostumados a ver. Será verdade? Já estamos tão descrentes na política que muitos de nós damos às costas para ela, preferimos não nos envolver. Mas parece que algo mudou, uma nova força surgiu dentro do povo brasileiro. Parece que as vendas caíram e alguns cidadãos conseguem enxergar que possuem nas mãos o poder da mudança.

Mas essa crença não é ingênua. Sabemos que muito precisa ser mudado. Também sabemos que não é a política que torna os homens corruptos. São os homens corruptos que mancham a imagem da politica. Parece que alguns de nós já entenderam isso e estão dispostos a votar conscientemente e ficarem atentos ao que de fato está sendo feito para garantir o bem comum da sociedade.

Creio que, quando há um sentimento de mudança, o que era um simples ideal pode vir a tornar-se realidade. Como povo e nação, damos novamente um voto de confiança aos políticos do Brasil, na esperança (infelizmente temos que nos agarrar a ela) de que algo novo e proveitoso poderá ser feito em benefício da coletividade.

Renato Collyer

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Weber, João Calvino, Teoria da Predestinação e Capitalismo

Max Weber, economista e sociólogo alemão, na obra "A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo" busca investigar as razões do Capitalismo ter se desenvolvido primeiro em países onde se iniciaram as reformas religiosas nos anos iniciais do século XVI. O autor chega à conclusão que este desenvolvimento é devido aos próprios hábitos e concepções de vida ligados ao protestantismo na época. Minha análise tem como foco principal a "Teoria da predestinação" de João Calvino. Talvez esta minha reflexão não agrade a alguns, pois coloca em cheque as ideias de um dos ícones da reforma protestante. Pensei diversas vezes em não postar sobre o assunto, mas percebo que é algo interessante refletir sobre tal temática.

Inicialmente, vale lembrar que a Igreja Católica Medieval interpretava a Bíblia à sua maneira e, no que diz respeito à riqueza, não havia muitas dúvidas: frequentemente a riqueza era associada a tabus. O primeiro desses tabus aparece no livro de Gêneses, quando Adão é expulso do Paraíso e Deus o condena a trabalhar com suas próprias mãos: 
"a Adão disse: Porquanto deste ouvidos à voz de tua mulher, e comeste da árvore de que te ordenei, dizendo: Não comerás dela, maldita é a terra por causa de ti; com dor comerás dela todos os dias da tua vida. Espinhos, e cardos também, te produzirá; e comerás a erva do campo. No suor do teu rosto comerás o teu pão, até que te tornes à terra; porque dela foste tomado; porquanto és pó e em pó te tornarás" (Gênesis 3.17-19).

Além disso, a expressão encontrada no Evangelho de que “é mais fácil um camelo passar pelo buraco da agulha do que um rico entrar no reino de Deus” (Marcos 10.25) também fornecia bases para se pensar a riqueza. Na Idade Média, a Igreja era a principal instituição política e religiosa e por isso os textos bíblicos eram seguidos quase que cegamente de forma literal, sem interpretação alguma. Na compreensão da Igreja, trabalhar foi uma punição recebida pelo homem por causa do pecado de Adão e Eva. Portanto, em uma sociedade na qual o trabalho é desprezado pelas classes dominantes, ele também o é pelos menos abastados. Os nobres e o clero consideravam vil trabalhar com as mãos para garantir o sustento, mesmo porque, por ser um castigo dado ao homem, o trabalho era visto como uma forma de penitência.

João Calvino (1509-1533) foi um teólogo e professor cristão francês. Veio a acrescentar novas ideias ao Luteranismo. Calvino teve um papel histórico fundamental no processo da Reforma Protestante. Foi o iniciador do movimento religioso protestante conhecido por “Calvinismo”, embora ele próprio repudiasse o nome.

Para ele, além da fé, havia a "predestinação" da alma, em que algumas pessoas já haviam sido “eleitas” para a salvação eterna. Deus enviaria os sinais para que o fiel soubesse se seria salvo ou não. Um desses sinais era a possibilidade de adquirir riquezas pelo trabalho, e essa era uma tese muito interessante para grande parte da burguesia, que ainda estava sofrendo ataques por parte da Igreja. Assim, o próprio Deus assinalaria o fiel que deveria ser salvo com uma vida de bem-estar e posses. Vale recordar que para a Igreja Católica da época a acumulação de riquezas era vista como pecado.

Assim, o que antes significava o castigo divino pelo pecado original de Adão e Eva, apregoada pela Igreja Católica Medieval, implicando dor e humilhação, passou a designar uma condição básica para a salvação diante de Deus, que poderia propiciar riqueza e dignidade. O trabalho passou a dignificar o homem e a qualificá-lo, tornando-se um indicador de posição social.

A vida após a morte era uma preocupação muito presente para os homens daquela época. A ideia de trabalhar, enriquecer e ainda assim salvar a alma mudava completamente o cenário social. Desse modo, os reis concentravam poder político e a burguesia, poder econômico. Os nobres perdiam o poder de aplicar a justiça e cobrar impostos, funções que passaram a ser papel do Estado, isto é, uma entidade política que não depende mais dos governantes. O rei ainda tem o poder, mas o Estado impõe, por sua estrutura, as formas de governar.

Os reis também procuravam se livrar do poder da Igreja Católica, submetendo-a ao seu controle. Esse foi o caso da Inglaterra, onde o rei Henrique VIII (1491-1547) desejava expandir seu poder, porém encontrava obstáculos na presença do clero. O conflito entre o rei e o papa atingiu seu ponto máximo na recusa do pontífice em conceder divórcio ao rei. Como a rainha Catarina não havia lhe dado um herdeiro, o monarca alegava que tinha direito ao divórcio. O papa Clemente VII, diante da situação, excomungou Henrique que, em seguida, determinou que o Parlamento votasse os Estatutos da Supremacia. A partir daí, o rei se tornava líder supremo da igreja na Inglaterra, que recebeu o nome de “Igreja Anglicana”. Esse caso nos revela como a vontade dos monarcas era a de concentrar, cada vez mais, poder político em suas mãos.

Renato Collyer



Referências Bibliográficas
COTRIM, Gilberto. História Global: Brasil e Geral: Volume 2 – 1ª edição – São Paulo, Saraiva, 2010.
HOBSBAWM, Eric. A Era das Revoluções. Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1982.
ARRUDA, José Jobson de A. e PILETTI, Nelson. Toda a História. 4 ed. São Paulo: Ática, 2000.
WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. 13. ed. São Paulo: Editora Martin Claret, 2001.