quarta-feira, 16 de abril de 2014

Lutero e suas 95 teses


Martinho Lutero (1483-1546) era um frade católico que se rebelou contra a cobrança de indulgência pela Santa Sé e também contra o que ele julgava ser a decadência motal do clero. Excomungado em 1521, Lutero passou a pregar com o apoio de alguns príncipes alemães queriam se livrar do domínio católico. Segundo Lutero, para salvar a alma não bastam as boas obras, pois também é necessária a fé e por isso o praticante deve ler e interpretar a Bíblia por si mesmo. Foi um defensor da tradução da Bíblia para o idioma local. Sua teologia desafiou a autoridade papal na Igreja Católica Romana, pois ele ensinava que a Bíblia é a única fonte de conhecimento divinamente revelada e opôs-se ao sacerdotalismo, por considerar todos os cristãos batizados como um sacerdócio santo.

No dia 31 de outubro de 1517 foram afixadas as “95 Teses” na porta da Igreja do Castelo de Wittenberg, com um convite aberto ao debate sobre elas. Essas teses condenavam o que Lutero acreditava ser a avareza e o paganismo na Igreja como um abuso e pediam um debate teológico sobre o que as Indulgências significavam. Para todos os efeitos, contudo, nelas Lutero não questionava diretamente a autoridade do Papa para conceder as tais indulgências.


As 95 Teses foram logo traduzidas para o alemão e amplamente copiadas e impressas. Ao cabo de duas semanas se haviam espalhado por toda a Alemanha e, em dois meses, por toda a Europa. Este foi o primeiro episódio da História em que a imprensa teve papel fundamental, pois facilitou a distribuição simples e ampla do documento. Aqueles que se identificavam com os ensinamentos de Lutero eram chamados "luteranos". 


Renato Collyer