Cristo ensinava por meio de parábolas, uma espécie de pequenas histórias de fácil compreensão. Ele usava esse método porque sabia que deste modo suas palavras poderiam ser entendidas desde o menos letrado do povo até o mais sábio dos escribas. Cristo não usava métodos de persuasão, nem fazia uso de uma linguagem rebuscada. Pelo contrário, utilizava-se da simplicidade das parábolas para transmitir seu recado.
Nas relações interpessoais, a grande chave para se alcançar um objetivo, seja ele qual for, é criar uma rota de fácil acesso entre o emissor e o destinatário. É preciso deixar claro o que se deseja alcançar. Não adianta utilizar métodos inovadores ou experimentais se não conseguimos expressar de modo coeso nosso raciocínio. Faz-se necessário oferecer sempre uma espécie de ponto comum de raciocínio, ou o que eu chamo de Ponto de Referência.
A partir de um ponto de referência, é possível chegar a qualquer lugar, partindo-se de um ponto de comum acesso e entendimento ao ouvinte. Jesus sabia usar isso como ninguém. Ele falava das coisas sobrenaturais usando como referência simples situações do dia a dia, facilmente conhecidas por todos. Assim, Cristo discorria sobre assuntos até então inalcançáveis pelas pessoas, porém facilmente assimiláveis por causa do ponto de referência que utilizava.
Certa ocasião, Jesus falou a respeito de um semeador que saíra para semear e mais uma vez o Salvador fez uso do que adotamos chamar de Ponto de Referência.
Durante o seu trajeto, um semeador deixara cair as sementes em diferentes tipos de solos. Uma certa quantidade de sementes caiu ao pé do caminho, porém as aves as comeram. Outras sementes caíram em terreno pedregoso. Como não havia terra suficiente para se desenvolverem, essas nasceram rapidamente, porém acabaram sendo queimadas pelo sol, uma vez que não tinham raízes profundas. Uma outra parte das sementes caiu entre os espinhos, que as sufocaram. Porém, uma parte dessas sementes caiu em uma terra boa. Passado um certo período, essas sementes foram crescendo e deram lindos frutos.
Jesus discorreu sobre essa parábola para explicar sobre sua importante missão na terra. Aqueles que possuíam um nível de sensibilidade maior logo notaram que o semeador, na verdade, era o próprio Cristo. O mestre estava contando sua própria história. Ele desejava impregnar nos corações de seus ouvintes que todos representavam também um semeador em potencial. Todos aqueles que anunciam a Palavra de Salvação são semeadores.
Jesus surpreendia a todos aqueles que o seguiam. As pessoas ficavam simplesmente maravilhadas. Admiravam a simplicidade com que Jesus tratava de assuntos tão espetaculares. “Como pode um homem falar sobre o Reino dos Céus de maneira tão simples e de fácil compreensão?” Era o que alguns perguntavam para si mesmos, enquanto eram impactados por tão notável saber. Cristo tinha essa naturalidade simplesmente pelo fato de não pertencer a este mundo. Ele falava sobre algo que lhe era muito familiar: o Reino de Deus.
Reflita em como é fácil falar de algo que conhecemos bastante. Como é simples discorrer sobre assuntos que fazem parte do nosso cotidiano. Ao contrário, quando entramos em um campo que não é de nosso entendimento, que não dominamos, fica muito mais dispendioso tecermos qualquer tipo de comentário, quanto mais convencer as pessoas a respeito do que estamos tratando.
As palavras de Jesus inspiravam confiança. Seus ensinamentos eram capazes de reeditar a vida das pessoas. Imagine o impacto que sofriam aquelas pessoas ao saberem que seus passados tenebrosos haviam sido apagados. Seus erros estavam perdoados. Suas vidas começariam outra vez a partir do seu encontro com o Salvador. Tudo seria novo, não haveria mais condenação.
Nenhum outro homem jamais teve tanto poder! Sequer um poderoso rei do Mundo Antigo tinha autoridade para simplesmente apagar os erros de um indivíduo castigado pelo pecado, marcado por uma vida sem a graça de Deus. Cristo é a verdadeira figura do Semeador Excelente!
Renato Collyer
(adaptado do artigo "A arte de cultivar frutos eternos", publicado pelo site http://www.icrvb.com/ em 06.01.2010)
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