quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O fruto do Espírito


No estudo da Botânica, fruto é o resultado do amadurecimento do ovário das flores, garantindo a proteção e auxiliando a dispersão das sementes surgidas após a fecundação. Os frutos mantêm-se fechados sobre as sementes até, pelo menos, o momento da maturação. Somente quando as sementes estão prontas para germinar é que os frutos amadurecem e se abrem.

Em Mateus, capítulo 7, versículos 17 a 20, percebemos que, no sentido bíblico, o fruto está associado às nossas atitudes: “Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”.

Se nossas ações estiverem de acordo com os ensinamentos de Cristo, daremos sempre muitos frutos. E frutos excelentes. “Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.2,5).

Podemos dizer que o fruto do Espírito é a manifestação das virtudes de Deus na vida do cristão, conforme o grau de entrega deste como servo ao Senhor. É uma obra do Espírito Santo, transmitindo ao homem toda a plenitude do Pai.

O fruto do Espírito nos torna pessoas mais parecidas com Cristo, uma vez que constitui-se em expressões do seu caráter em nossas vidas. O fruto também produz santificação à medida em que nos purifica pela Palavra.

Note que o termo fruto não se encontra no plural, levando a interpretação de que o mesmo é apenas um, subdividido em nove virtudes ou atributos. Tendo no amor sua origem, essa é a principal virtude do fruto do Espírito, sendo as demais consequências naturais de sua prática constante. “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5.22).

A principal virtude do fruto é o amor, simplesmente porque Deus é amor. “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus, e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 João 4.7,8).

E como praticar esse amor?

Assim como os grandes heróis da fé, medite na Palavra de Deus. É o caminho certo para o sucesso na vida do cristão. “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido” (Josué 1.8).

Quando meditamos na Palavra e a praticamos, somos conduzidos de forma a termos equilíbrio em nossas atitudes. Esse, contudo, parece ser o maior desafio: praticar o que lemos e aprendemos.

É preciso vencer o estágio de mero ouvinte e leitor da Palavra e a praticar diariamente em todas as situações. No aconselhamento de Tiago, “Sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural” (Tiago 1.22,23).

É preciso constantemente caminhar para um nível maior de aplicabilidade dos preceitos divinos e abandonar os mandamentos deste mundo.

Deixe que o Espírito Santo guie seus passos e não se surpreenda com as maravilhas que acontecerão em sua vida. Através do amor que brotará em você, você conseguirá discernir todas as coisas por meio de sua experiência individual com Deus.

Que o Pai Celestial sempre esteja com você.


Renato Collyer
(adaptado do artigo "A arte de cultivar frutos eternos", publicado pelo site http://www.icrvb.com/ em 06.01.2010)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O dia em que a Terra parou


Era mais um dia comum. Uma terça-feira como outra qualquer. Eu estava retornando da escola. Minha mochila ainda estava suspensa em meu ombro direito quando, ao ligar a tv, deparei-me com uma imagem incrível. Inicialmente, pensei tratar-se de um filme de ficção científica. Mas depois de mudar de canal diversas vezes e perceber que a mesma cena estava sendo retratada em todos os outros, percebi que era bem real. Sem efeitos dignos de um sucesso de bilheteria de Hollywood. Era a vida real!

Às 8h46, o avião que fazia o voo 11 da American Airlines bateu na torre norte do World Trade Center matando as 92 pessoas a bordo – além de matar ou isolar outras 1.366 no ponto do impacto do edifício ou acima dele. Equipes de reportagem correram para o local. Inicialmente, falou-se em terrível acidente aéreo, mas, 16 minutos depois, quando as câmeras flagraram o voo 175 da United Airlines se chocando contra a torre sul, ficou claro que os EUA estavam sob ataque.

Os sequestradores, a maioria sauditas, haviam assumido o controle dos dois voos com destino à Califórnia logo depois da decolagem de aeroportos da Costa Leste americana. Com facas e bastões, e ameaçando explodir bombas, eles dominaram tripulantes e passageiros e conduziram os aviões repletos de combustível até os alvos.

Na torre norte, todas as descidas foram bloqueadas. Pessoas presas faziam telefonemas desesperados para entes queridos, pedindo ajuda ou simplesmente dizendo adeus.

Em todo o mundo, milhões assistiam ao vivo pela tv pessoas se atirando do alto do prédio em chamas. Na torre sul, uma escada permaneceu intacta. Apenas 18 das cerca de 600 pessoas presas no prédio escaparam antes de seu desabamento. Às 10h28, a torre norte também veio abaixo.

Controladores de voo ficaram sabendo que mais dois aviões haviam sido sequestrados, mas conseguiram localizá-los somente às 9h37, quando o voo 77 da American Airlines atingiu o Pentágono, quartel-general de defesa dos EUA, provocando a morte de mais 189 pessoas.

Às 10h03, o avião que fazia o voo 93 da United Airlines caiu em um campo aberto na Pensilvânia, matando todos a bordo.

O presidente americano George W. Bush, em pronunciamento à nação americana, disse: “Hoje, meus compatriotas, nosso modo de vida, nossa liberdade foram atacados”.

11 de setembro de 2001. O dia em que a Terra realmente parou. Também foi o dia em que o mundo se perguntou até onde o fanatismo religioso aliado à intolerância são capazes de disseminar o terror e destruir vidas inocentes.


Renato Collyer

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O novo nascimento
Certa ocasião, Jesus disse a um homem chamado Nicodemos que era necessário nascer de novo para ver o Reino de Deus. O homem, bastante confuso com aquelas palavras, perguntou a Cristo: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” (João 3.4).

Vendo a expressão de dúvida estampada no rosto de Nicodemos, Jesus lhe disse: “Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (v. 5-6).

Nicodemos era um respeitado e influente membro do Sinédrio. Sendo fariseu, foi instruído de acordo com a lei e teologia judaicas. O próprio Jesus o chamou de “mestre de Israel”.

É bem provável que Nicodemos tenha ido encontrar Jesus durante a noite por temer sua reputação e, especialmente, sua posição social: um simples carpinteiro que falava sobre o Reino de Deus e operava milagres no meio do povo.

Jesus ensinava que, para entrar no Reino de Deus, era necessário que uma pessoa nascesse de novo. Esse, no entanto, não era um nascimento comum. Não se tratava de um segundo nascimento biológico. Cristo se referia a um nascimento espiritual.

Como os hebreus usavam termos como “água” e “gota” para descrever o nascimento natural, está explicado o porquê de Jesus ter usado uma palavra que o povo compreendia. “Espírito” se refere ao nascimento espiritual realizado mediante o poder de renovação e transformação do Espírito Santo. Somente o Espírito de Deus é capaz de fazer isso.

Sem o novo nascimento não existe vida, nem relacionamento com Deus. Quando uma pessoa nasce de novo, sua perspectiva muda à medida que é capaz de contemplar o Reino de Deus. Através desse nascimento, somos apresentados a um novo domínio em que a vontade de Deus prevalece.

Nascer de novo não significa somente ser salvo ou esperar algo que virá futuramente. É uma nova experiência, um novo estágio de vida, que nos concede novas oportunidades em nossos relacionamentos com outras pessoas e não só com Deus.




Renato Collyer