terça-feira, 30 de março de 2010

A árdua arte de plantar e colher


Está escrito: “E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim foi” (Gênesis 1.11).

No início dos tempos, durante a Criação, Deus estabeleceu o maior de todos os princípios que regem o universo. A Lei da Semeadura ou Princípio da Semeadura é uma das leis que regem o mundo espiritual.

Não devemos, contudo, confundir essa lei divina, com a chamada Lei de Causa e Efeito. Essa última tem enorme aplicabilidade nas ciências exatas como Matemática, Física e Química. Essa lei parte da premissa de que nenhum efeito é quantitativamente maior e/ou quantitativamente superior à causa. Também é aplicada na Filosofia.

A Lei de Causa e Efeito é aplicada também na doutrina Budista e no Espiritismo, porém não é objetivo nosso analisá-la. Cabe-nos somente diferenciá-la da Lei da Semeadura, porque essa é uma lei divina, com aplicabilidade também terrena. Diferentemente da Matemática, Física e demais ciências estudadas pelo homem, a sabedoria de Deus não pode ser mensurada e sua infinita graça e misericórdia não podem ser compreendidas através de equações ou fórmulas.

O Princípio da Semeadura rege as relações humanas e suas repercussões no mundo espiritual, soando como ecos que se propagam por entre as paredes de uma enorme caverna desconhecida para o homem natural.

Em nossos dias, a doutrina do imediatismo está infectando a mente dos jovens. Poucos são os que se concentram em estabelecer metas e lutar a todo custo para alcançá-las. A grande maioria prefere ir pelo caminho mais fácil, menos árduo ou mais prazeroso. Seus grandes ídolos são astros da música, do cinema, que atingiram a ascensão meteórica da noite para o dia. Essas pessoas não se importam em passar para seus fãs a imagem de que é preciso muito esforço para se alcançar o sucesso. Pelo contrário, sufocam seus admiradores com ilusões de que o mundo é uma grande festa e que tudo é possível, basta somente sonhar.

Quando um sonho é idealizado no inconsciente de um indivíduo, permanecendo estático até a idade adulta, pode tornar-se algo inalcançável, impossível de ser concretizado, pois lhe faltam o vigor e a audácia da juventude. Muitas vezes essa situação pode levar uma pessoa a uma grave crise depressiva, fazendo-o acreditar que nada mais dará certo em sua vida.

Porém, quando essa mesma pessoa tenta de todas as formas e com todas as suas forças alcançar esse sonho, mesmo não logrando êxito, contemplará o sentimento de um dever cumprido. Encontrará mais uma forma de como não fazê-lo. Correrá, então, para descobrir como realizá-lo.
Está escrito que “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6.7).

O texto bíblico nos revela a aplicabilidade do Principio da Semeadura. Você já plantou alguma coisa?

Não é preciso ter um conhecimento apurado em Ciências Agrárias para saber que se plantarmos arroz, colheremos arroz; se plantarmos trigo, de igual modo, colheremos trigo. Partindo-se desse raciocínio, se plantarmos ódio, colheremos ódio e se plantarmos amor e respeito colheremos exatamente a mesma coisa.

Note que há uma estreita relação entre o que foi plantado e o que foi, logo em seguida, colhido. Há uma reciprocidade nos dois processos. Não podemos esperar colher algo diferente do que plantamos, seja na espécie, quantidade ou qualidade. Nesse aspecto, podemos comparar a Lei da Semeadura com a Lei de Causa e Efeito, pois se trata de uma ação estritamente humana. De igual modo, nunca colheremos algo que não plantamos, assim como não podemos plantar uma espécie com a esperança de que nasça um fruto de espécie diversa. Devemos sempre semear aquilo que desejamos colher.

Partindo para a Física, você recorda o que diz o Princípio da Ação e Reação? Esse princípio é a terceira lei de Issac Newton. As outras duas são o Princípio da Inércia e o Princípio Fundamental da Dinâmica. Em sua terceira lei, o físico e matemático, nascido em Woolsthorpe, no dia 4 de janeiro de 1643, declara que “se um corpo A aplicar uma força sobre um corpo B, receberá deste uma força de mesma intensidade, mesma direção e de sentido contrário”.

Trazendo à lume mais esse princípio, fica claro que somos nós quem determinamos a espécie de nossa semente, pois não podemos esperar colher algo diverso do que semeamos.

Devemos estar atentos à qualidade de nossas sementes, bem como ao tipo da terra em que iremos plantar. Há diferentes tipos de solos. Devemos semear em solos de boa qualidade para obter o resultado na proporção que esperamos. Os solos ruins devem ser evitados.

Como seguidores de Cristo, somos a colheita de Deus, por isso devemos parecer com nossa semente: Jesus. Devemos a cada dia nos aperfeiçoar no Senhor para que consigamos semear novas vidas para o Reino dos Céus. É nossa obrigação sermos semelhantes a Cristo, a semente de toda obra divina.

Em Mateus, capítulo 13, versículos 37 e 38, Jesus, explicando a parábola do trigo e do joio (versículos 24 a 30), nos ensina que “o que semeia a boa semente é o filho do homem. O campo é o mundo, e a boa semente são os filhos do reino. O joio são os filhos do maligno”. Precisamos entender que devemos semear exatamente aquilo que queremos colher, ao invés de simplesmente jogarmos as sementes a esmo.

As palavras lançadas como semente

As palavras são poderosas armas quando bem utilizadas. Através delas, guerras são declaradas, acordos de paz são selados, sentenças de morte são proferidas, e absolvições realizadas. É o instrumento de comunicação do ser humano.

Não podemos desassociar a história da língua escrita com o desenvolvimento da civilização, pois há uma forte ligação entre ambas. Segundo historiadores, a língua escrita surgiu há cerca de 50 mil anos atrás da nossa era, com inscrições feitas em pedras e ossos, ou há cerca de 30 mil anos atrás, através de figuras pintadas em rochas e cavernas.

Os pictogramas constituíram a primeira grande invenção do homem no domínio da escrita. Para outros estudiosos, porém, o registro mais antigo é o da escrita sumérica, levando-se em conta o seu caráter predominantemente de escrita, pois não se tratava de pintura ou de desenhos gravados em pedras. Os sumérios, uma cultura da antiga Mesopotâmia, criaram as primeiras cidades.

Anos mais tarde, os egípcios desenvolveram a escrita hieroglífera. Criaram, então, determinados sinais, que poderiam ser facilmente encontrados em seus túmulos e pirâmides. Também passaram a registrar seus textos religiosos e importantes documentos em papiros.

Ainda, por volta de mil anos antes de Cristo, os fenícios, da antiga cidade de Biblos, desenvolveram um sistema de escrita formado por vinte e duas letras. Pela sua simplicidade, essa forma de escrita propagou-se rapidamente entre os povos semitas, atingindo mais tarde a Pérsia e a Índia. Os gregos, anos mais tarde, também passaram a adotá-la.


Renato Collyer
(adaptado do artigo "A arte de cultivar frutos eternos", publicado pelo site http://www.icrvb.com/ em 06.01.2010)

terça-feira, 23 de março de 2010

O Semeador excelente
Cristo ensinava por meio de parábolas, uma espécie de pequenas histórias de fácil compreensão. Ele usava esse método porque sabia que deste modo suas palavras poderiam ser entendidas desde o menos letrado do povo até o mais sábio dos escribas. Cristo não usava métodos de persuasão, nem fazia uso de uma linguagem rebuscada. Pelo contrário, utilizava-se da simplicidade das parábolas para transmitir seu recado.

Nas relações interpessoais, a grande chave para se alcançar um objetivo, seja ele qual for, é criar uma rota de fácil acesso entre o emissor e o destinatário. É preciso deixar claro o que se deseja alcançar. Não adianta utilizar métodos inovadores ou experimentais se não conseguimos expressar de modo coeso nosso raciocínio. Faz-se necessário oferecer sempre uma espécie de ponto comum de raciocínio, ou o que eu chamo de Ponto de Referência.

A partir de um ponto de referência, é possível chegar a qualquer lugar, partindo-se de um ponto de comum acesso e entendimento ao ouvinte. Jesus sabia usar isso como ninguém. Ele falava das coisas sobrenaturais usando como referência simples situações do dia a dia, facilmente conhecidas por todos. Assim, Cristo discorria sobre assuntos até então inalcançáveis pelas pessoas, porém facilmente assimiláveis por causa do ponto de referência que utilizava.

Certa ocasião, Jesus falou a respeito de um semeador que saíra para semear e mais uma vez o Salvador fez uso do que adotamos chamar de Ponto de Referência.

Durante o seu trajeto, um semeador deixara cair as sementes em diferentes tipos de solos. Uma certa quantidade de sementes caiu ao pé do caminho, porém as aves as comeram. Outras sementes caíram em terreno pedregoso. Como não havia terra suficiente para se desenvolverem, essas nasceram rapidamente, porém acabaram sendo queimadas pelo sol, uma vez que não tinham raízes profundas. Uma outra parte das sementes caiu entre os espinhos, que as sufocaram. Porém, uma parte dessas sementes caiu em uma terra boa. Passado um certo período, essas sementes foram crescendo e deram lindos frutos.

Jesus discorreu sobre essa parábola para explicar sobre sua importante missão na terra. Aqueles que possuíam um nível de sensibilidade maior logo notaram que o semeador, na verdade, era o próprio Cristo. O mestre estava contando sua própria história. Ele desejava impregnar nos corações de seus ouvintes que todos representavam também um semeador em potencial. Todos aqueles que anunciam a Palavra de Salvação são semeadores.

Jesus surpreendia a todos aqueles que o seguiam. As pessoas ficavam simplesmente maravilhadas. Admiravam a simplicidade com que Jesus tratava de assuntos tão espetaculares. “Como pode um homem falar sobre o Reino dos Céus de maneira tão simples e de fácil compreensão?” Era o que alguns perguntavam para si mesmos, enquanto eram impactados por tão notável saber. Cristo tinha essa naturalidade simplesmente pelo fato de não pertencer a este mundo. Ele falava sobre algo que lhe era muito familiar: o Reino de Deus.

Reflita em como é fácil falar de algo que conhecemos bastante. Como é simples discorrer sobre assuntos que fazem parte do nosso cotidiano. Ao contrário, quando entramos em um campo que não é de nosso entendimento, que não dominamos, fica muito mais dispendioso tecermos qualquer tipo de comentário, quanto mais convencer as pessoas a respeito do que estamos tratando.

As palavras de Jesus inspiravam confiança. Seus ensinamentos eram capazes de reeditar a vida das pessoas. Imagine o impacto que sofriam aquelas pessoas ao saberem que seus passados tenebrosos haviam sido apagados. Seus erros estavam perdoados. Suas vidas começariam outra vez a partir do seu encontro com o Salvador. Tudo seria novo, não haveria mais condenação.

Nenhum outro homem jamais teve tanto poder! Sequer um poderoso rei do Mundo Antigo tinha autoridade para simplesmente apagar os erros de um indivíduo castigado pelo pecado, marcado por uma vida sem a graça de Deus. Cristo é a verdadeira figura do Semeador Excelente!


Renato Collyer

(adaptado do artigo "A arte de cultivar frutos eternos", publicado pelo site http://www.icrvb.com/ em 06.01.2010)

quarta-feira, 3 de março de 2010

O caso de Yang Peiyi
“A humildade precede a honra” (Provérbios 15.33)

Yang Peiyi. Seu rosto não foi visto por mais de 90 mil pessoas ou por milhões de telespectadores de todo o mundo. As manchetes dos principais jornais chineses do ano de 2008 não estamparam sua foto na primeira página. Sua face gordinha e seus dentes levemente tortos não foram capa das revistas chinesas mais lidas daquele mesmo ano. Na verdade, pouco se sabe sobre ela. Sabemos somente que sua bela voz foi capaz de arrebatar os corações de todos que acompanharam, maravilhados, a abertura dos Jogos Olímpicos, na China.

Yang foi a vencedora de um concurso que escolheria a criança perfeita para cantar na abertura dos Jogos. O conceito de perfeição, entretanto, mostrou-se relativo para os organizadores do evento. No lugar de Yang, uma outra menina, de nove anos, apenas dois anos mais velha que ela, fez sua apresentação. Magistral. Brilhante. Impecável. Porém um único detalhe faria toda a diferença: a voz que todos ouviram não lhe pertencia. Era a voz da pequena Yang.

O “anjo sorridente”, nome que recebeu Lin Miaoke após sua belíssima apresentação, ganhou notoriedade. Lin já possuía certa fama em seu país, por já ter feito alguns comerciais para televisão. Mas quando você ganha um título (e, por sinal, um título lindo como “anjo sorridente), o estrelato acaba sendo inevitável.

Nada de holofotes para a pequena Yang Peiyi. Sem sessões de fotos ou horas sentadas na cadeira do maquiador. Seus cabelos não precisaram de um belo penteado. Suas unhas não foram pintadas, ou sua pele cuidada. Afinal, ela não iria ser o centro das atenções.

Sem luzes, flashes, ou espelhos por toda parte. Yang não queria isso. Yang não fez questão disso. Sua belíssima voz foi capaz de ultrapassar os muros do preconceito e da falsa noção de beleza, discretamente presente no mundo oriental.

Nada de jantares com famosos ou distribuição de autógrafos na escola para Yang.

A propósito, quando perguntada por jornalistas acerca do ocorrido e sobre como estava se sentindo, Yang Peiyi apenas disse que se sentia feliz por ter sido a voz ouvida pela multidão. Em outra ocasião, a pequena Yang disse ao jornal chinês “China Daily” que não estava arrependida de ter emprestado a voz a Lin e que ficara feliz por ter participado da cerimônia.

Você participou, Yang. Muito mais do que imagina.


Renato Collyer


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O poder do louvor
“E veio outro anjo, e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do anjo até diante de Deus” (Apocalipse 8.3,4)

O mundo está vivendo tempos difíceis. Uma terrível crise financeira tem assolado o planeta. A violência urbana tem crescido em uma escala assustadora. A natureza está sentindo o resultado da ação do homem em proporções cada vez mais alarmantes. Não é uma tarefa nada fácil louvar ao Senhor em tempos de tribulação, não é mesmo? Parece que algo nos impede de demonstrar nossa gratidão a Deus quando estamos passando por uma crise.

Em minha adolescência, sempre ouvia falar sobre o aquecimento global e sobre os efeitos catastróficos que a intervenção do homem na natureza traria nos próximos vinte anos. Parece que nosso prazo está acabando. A ampulheta foi virada e os últimos grãos de areia estão caindo.

Em meio a tantos problemas, as pessoas reagem de diferentes formas. Algumas fingem que nada está acontecendo. Continuam a levar suas vidas naturalmente. Estão tão envolvidas pela rotina de seu trabalho que são incapazes de enxergar o problema ou não querem admitir sua existência.
Um outro grupo de pessoas, no entanto, faz parte da outra ponta do iceberg. Elas vivem no extremo da ansiedade, do pânico e da depressão. Não conseguem enxergar esperança em meio ao caos. Tudo o que fazem é se desesperar. Elas têm pensamentos negativos e só visualizam um final trágico.

A que grupo de pessoas você pertence?

Se você não pertence a nenhum dos dois grupos, parabéns. Você faz parte do seleto grupo de pessoas que têm fé. “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se veem” (Hebreus 11.1). O apóstolo Paulo nos traz não uma definição do que seja fé, mas o modo como ela opera. Nesse sentido, a fé pode ser entendida como uma convicção estabelecida em relação às coisas que não são vistas e a expectativa estabelecida de uma recompensa futura.

Depositamos nossa confiança sempre em alguém ou alguma coisa que possa nos trazer, de fato, um sentimento de segurança. Um filho tem confiança em seu pai porque sabe que todo seu sustento provém dele e caso faça alguma coisa errada, ele sempre estará por perto para ajudá-lo. Um piloto de corrida tem confiança em seu veículo porque certamente tem conhecimento da potência da máquina que controla. Ele sabe que se algo der errado, tem meios para parar o veículo em segurança, sem que aconteça um grave acidente.

A essência da fé é a segurança que ela nos proporciona. Provavelmente você deve estar lendo minhas palavras em um lugar seguro, seja na sua casa, trabalho ou faculdade. Você tem confiança que está protegido em relação ao fato de ser vítima da ação de terceiros que tenham a intenção de lhe prejudicar ou mesmo por algum acontecimento longe de ser previsto ou evitado.

Quando nos falta confiança, damos lugar a um sentimento bastante perigoso: o medo. O medo é o responsável direto pela falta de fé, pela incredulidade. Quando nos sentimos com medo não conseguimos enxergar além desse mundo terreno, não conseguimos contemplar o sobrenatural. O medo está enraizado em nossa própria natureza como homens e tem sua origem na morte espiritual de Adão. O medo nos afasta tragicamente de Deus.


Renato Collyer
(artigo publicado pelo site http://www.icrvb.com/ em 10.02.2010)
O amor cristão é desinteressado
“Como um natural entre vós será o estrangeiro que peregrina convosco; amá-lo-ás como a ti mesmo, pois estrangeiros fostes na terra do Egito. Eu sou o SENHOR vosso Deus” (Levítico 19.34)

Algumas pessoas realmente acham que devem receber algo em troca de boas atitudes. O verdadeiro amor, entretanto, não busca seus próprios interesses. Agapao e ágape, verbo e substantivo, respectivamente, são as palavras para o amor incondicional de Deus. Em João 3.16, está escrito que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.

O amor incondicional do Pai é um amor por escolha e por um gesto de vontade. Significa benevolência inconquistável e boa vontade invicta. O verso 17 ainda diz que “Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele”. Você é capaz de imaginar a grandiosidade desse amor?

Não é necessário qualquer sentimentalismo ou mesmo afinidade para que esse amor reine. O amor agapao pertence exclusivamente à comunidade cristã. É um amor que foi conhecido apenas pelos escritores do Novo Testamento através de Jesus.

Deus entregou à humanidade seu único filho e não pediu nada em troca. Pelo contrário, o Pai só tem bênçãos a nos oferecer. Ele não se cansa de nos presentear! Quando lemos que “Deus amou o mundo de tal maneira”, entendemos que a motivação dele para nos dar seu filho foi unicamente seu amor. A nossa motivação também deve ser essa. O amor de Deus foi materializado em um ato de doação, pois “deu o seu Filho unigênito”. O Pai não apenas nos doou algo. Ele nos deu o melhor que tinha: Jesus. Devemos também entregar a Deus e às outras pessoas o que temos de melhor. Você tem demonstrado o que tem de melhor a oferecer para as pessoas?

Lembre-se que a rejeição é capaz de abrir feridas na alma. Feridas que talvez nunca sarem sem o devido arrependimento e perdão. A rejeição magoa. Nunca a pratique. Trate os outros como se fizessem parte de sua própria família.

A Bíblia nos mostra que devemos respeitar todas as pessoas da mesma forma, sem distinções. Devemos ser imparciais. Essa atitude só se torna possível quando temos o amor do Pai dentro de nós. “Meus irmãos, não tenhais a fé de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor da glória, em acepção de pessoas. Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais? Porventura não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado? Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois redarguidos pela lei como transgressores” (Tiago 2.1-9).

Deus é imparcial, por esse motivo devemos também proceder assim. Deus mostra a todas as pessoas o mesmo amor, graça, bênçãos e benefícios de sua salvação. Ele acolhe a todos. Essa é a expressão do verdadeiro amor. O a
mor cristão é desinteressado em relação ao próximo.


Renato Collyer
(artigo publicado pelo site http://www.icrvb.com/ em 16.01.2010)


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Fé e perseverança
A perseverança é uma das principais características da oração eficaz. “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque, aquele que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, abrir-se-lhe-á" (Mateus 7.7,8). Em diversos textos, a Bíblia nos orienta a sermos perseverantes. Destacamos dois passos que devemos seguir:

1) Estar em comunhão com o Pai a todo o momento. “Orai sem cessar“ (1 Tessalonicenses 5.17). Isso não se refere a estar em constante oração, mas em constante comunhão com Deus. Uma vida de constante oração (literalmente falando, orar a todo instante) revela-se impraticável em função de nossas outras atividades diárias. A atenção no trabalho, a condução de um veículo ou mesmo a execução de determinadas tarefas nos impedem de estar em constante oração. Orar sem cessar, entretanto, não se trata disso.

Ter uma vida de comunhão com Deus é aceitar sua Palavra e atender ao seu chamado. É isso que Paulo nos orienta a fazer. É como se o apostolo, de certa forma, nos dissesse: “Faça o que você tem que fazer. Trabalhe, estude, viva sua vida da melhor maneira possível, mas não deixe de conversar com seu Pai, de ter uma vida de intimidade com ele”.

2) Aprender a esperar no Senhor. “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor“ (Salmo 40.1). Já era tarde. Todas as luzes da casa estavam apagadas. Quase todas. Na verdade, a luz de uma pequena lanterna estava bem atenta. Os pequenos olhos lutavam para não serem vencidos pelo sono. Afinal, há muito já passava da hora de dormir. As pequeninas mãos deslizavam sobre o corrimão da escada. A criança estava ansiosa aguardando alguém especial. Esta cena lhe parece familiar? Sim, é noite de natal.

As horas passaram, e o sono sagrou-se vencedor. O pequeno menino sequer notou quando seu pai deixou o presente. “Ano que vem eu o vejo”, foi o pensamento do dia seguinte. Você conseguiu notar, nesse nosso simples exemplo, o que é esperança?

Nada mais sincero do que um coração infantil, não é mesmo?

A esperança está intimamente ligada à perseverança. Aquele que espera é aquele que confia, que é persistente. O Salmista nos orienta a esperar em Deus, pois unicamente ele sabe o momento certo para que as coisas aconteçam em nossas vidas.

Quando esperamos no Senhor, declaramos nossa fé no Pai. Quando esperamos, ficamos atentos e vigilantes. É pouco provável que alguém, esperando muito algo acontecer, vá dormir e aguardar chegar o dia seguinte. A Bíblia nos adverte para que não sejamos ansiosos: "Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal" (Mateus 6.34). Mas também nos orienta a estarmos atentos e perseverantes: "Perseverai em oração, velando nela com ação de graças" (Colossenses 4.2).


Renato Collyer
(artigo publicado pelo site
http://www.icrvb.com/ em 10.02.2010)


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O Santo Nome
Meus olhos estavam fixos nela. Eu não conseguia desviar o olhar. Parecia tão determinada no que estava fazendo. Acho que isso se chama fé. Pude sentir sua fé pela primeira vez. Era tão forte que envolvia a todos na sala. Depois de muito choro, muita súplica e perseverança, veio a frase final: “Em nome de Jesus. Amém”.

Com meus 6 anos de idade presenciei o sobrenatural de Deus. Era somente uma oração em família e eu era apenas uma criança. Um ambiente muito simples. Mas quem disse que Deus gosta de coisas complicadas? Ele age na simplicidade das pessoas.

Era mais do que uma reunião em casa. Minha mãe dirigia a oração e todos acompanhavam de olhos fechados. Mas justo naquele momento eu estava de olhos abertos. Ainda que eu fosse uma criança, sentia-me fazendo parte de tudo aquilo.

Desde que meus pais aceitaram a Cristo, os cultos domésticos eram constantes. Porém algo me intrigava. Por que aquele nome era tão importante? Era como se as petições de minha mãe ganhassem mais força quando ela dizia: “Em nome de Jesus”. E todos confirmávamos como um sonoro “amém”, finalizando o momento.

Tempos depois, compreendi o poder deste nome. Não é um nome comum. Por mais que algumas pessoas o falem de modo costumeiro, sem entender seu real significado dentro do contexto da oração, esse nome é imprescindível. Não é qualquer nome. É O NOME. O Santo nome de Jesus Cristo. No evangelho de João, capítulo 14, versículos 13 e 14 está escrito: “E tudo quanto pedirdes em meu nome eu o farei, para que o Pai seja glorificado no Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei".

Nossas orações devem ser feitas em nome de Jesus, é dizer, devem estar em total harmonia com a pessoa, caráter e vontade dele. É como se nos fosse concedida uma permissão. Quando proclamamos o nome de Jesus, nossas preces ganham um caráter sobrenatural. Estamos declarando que confiamos em Deus e que só poderemos alcançar nosso pedido por intermédio dele.

A oração eficaz deve ser feita segundo a vontade do Pai. São muitas as maneiras como Deus nos revela seu divino anseio. Uma delas é através de sua Santa Palavra. Para conhecermos a vontade de Deus, devemos estar em constante comunhão com ele. E o caminho para alcançar tal êxito é a oração sincera. A própria Bíblia declara que a oração nos ajuda a compreendê-la, pois nos coloca em um patamar vantajoso de comunhão divina. “Tomai também o capacete da salvação, e a espada do Espírito, que é a palavra de Deus; orando em todo o tempo com toda a oração e súplica no Espírito, e vigiando nisto com toda a perseverança e súplica por todos os santos“ (Efésios 6.17,18).

Está escrito: “E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve” (1 João 5.14). Devemos andar segundo a vontade do Senhor, amá-lo e agradá-lo para que ele atenda nossas orações. Não se trata, de modo algum, de comprar sua confiança ou de uma troca de favores.

Jesus nos adverte no seguinte sentido: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas“ (Mateus 6.33). O nosso Pai transborda graça e misericórdia. Essa promessa nos garante que a consequência natural de se buscar as coisas divinas (o Reino e a Justiça de Deus) é o sucesso na vida material. Nada mais justo do que um Pai amoroso abençoar aqueles que os buscam e o adoram em sinceridade.

Se guardarmos os mandamentos do Senhor, reconhecendo seu reino em nossas vidas, tudo que pedirmos nos será concedido, pois nossas atitudes serão agradáveis aos olhos do Pai. “E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista” (1 João 3.22). Esse é o poder da oração eficaz! “Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito“ (João 15.7).


Renato Collyer
(artigo publicado pelo site www.icrvb.com em 10.02.2010)


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