terça-feira, 30 de março de 2010

A árdua arte de plantar e colher


Está escrito: “E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que dêem semente, e árvores frutíferas que dêem fruto segundo a sua espécie, cuja semente esteja nele, sobre a terra. E assim foi” (Gênesis 1.11).

No início dos tempos, durante a Criação, Deus estabeleceu o maior de todos os princípios que regem o universo. A Lei da Semeadura ou Princípio da Semeadura é uma das leis que regem o mundo espiritual.

Não devemos, contudo, confundir essa lei divina, com a chamada Lei de Causa e Efeito. Essa última tem enorme aplicabilidade nas ciências exatas como Matemática, Física e Química. Essa lei parte da premissa de que nenhum efeito é quantitativamente maior e/ou quantitativamente superior à causa. Também é aplicada na Filosofia.

A Lei de Causa e Efeito é aplicada também na doutrina Budista e no Espiritismo, porém não é objetivo nosso analisá-la. Cabe-nos somente diferenciá-la da Lei da Semeadura, porque essa é uma lei divina, com aplicabilidade também terrena. Diferentemente da Matemática, Física e demais ciências estudadas pelo homem, a sabedoria de Deus não pode ser mensurada e sua infinita graça e misericórdia não podem ser compreendidas através de equações ou fórmulas.

O Princípio da Semeadura rege as relações humanas e suas repercussões no mundo espiritual, soando como ecos que se propagam por entre as paredes de uma enorme caverna desconhecida para o homem natural.

Em nossos dias, a doutrina do imediatismo está infectando a mente dos jovens. Poucos são os que se concentram em estabelecer metas e lutar a todo custo para alcançá-las. A grande maioria prefere ir pelo caminho mais fácil, menos árduo ou mais prazeroso. Seus grandes ídolos são astros da música, do cinema, que atingiram a ascensão meteórica da noite para o dia. Essas pessoas não se importam em passar para seus fãs a imagem de que é preciso muito esforço para se alcançar o sucesso. Pelo contrário, sufocam seus admiradores com ilusões de que o mundo é uma grande festa e que tudo é possível, basta somente sonhar.

Quando um sonho é idealizado no inconsciente de um indivíduo, permanecendo estático até a idade adulta, pode tornar-se algo inalcançável, impossível de ser concretizado, pois lhe faltam o vigor e a audácia da juventude. Muitas vezes essa situação pode levar uma pessoa a uma grave crise depressiva, fazendo-o acreditar que nada mais dará certo em sua vida.

Porém, quando essa mesma pessoa tenta de todas as formas e com todas as suas forças alcançar esse sonho, mesmo não logrando êxito, contemplará o sentimento de um dever cumprido. Encontrará mais uma forma de como não fazê-lo. Correrá, então, para descobrir como realizá-lo.
Está escrito que “tudo o que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas 6.7).

O texto bíblico nos revela a aplicabilidade do Principio da Semeadura. Você já plantou alguma coisa?

Não é preciso ter um conhecimento apurado em Ciências Agrárias para saber que se plantarmos arroz, colheremos arroz; se plantarmos trigo, de igual modo, colheremos trigo. Partindo-se desse raciocínio, se plantarmos ódio, colheremos ódio e se plantarmos amor e respeito colheremos exatamente a mesma coisa.

Note que há uma estreita relação entre o que foi plantado e o que foi, logo em seguida, colhido. Há uma reciprocidade nos dois processos. Não podemos esperar colher algo diferente do que plantamos, seja na espécie, quantidade ou qualidade. Nesse aspecto, podemos comparar a Lei da Semeadura com a Lei de Causa e Efeito, pois se trata de uma ação estritamente humana. De igual modo, nunca colheremos algo que não plantamos, assim como não podemos plantar uma espécie com a esperança de que nasça um fruto de espécie diversa. Devemos sempre semear aquilo que desejamos colher.

Partindo para a Física, você recorda o que diz o Princípio da Ação e Reação? Esse princípio é a terceira lei de Issac Newton. As outras duas são o Princípio da Inércia e o Princípio Fundamental da Dinâmica. Em sua terceira lei, o físico e matemático, nascido em Woolsthorpe, no dia 4 de janeiro de 1643, declara que “se um corpo A aplicar uma força sobre um corpo B, receberá deste uma força de mesma intensidade, mesma direção e de sentido contrário”.

Trazendo à lume mais esse princípio, fica claro que somos nós quem determinamos a espécie de nossa semente, pois não podemos esperar colher algo diverso do que semeamos.

Devemos estar atentos à qualidade de nossas sementes, bem como ao tipo da terra em que iremos plantar. Há diferentes tipos de solos. Devemos semear em solos de boa qualidade para obter o resultado na proporção que esperamos. Os solos ruins devem ser evitados.

Como seguidores de Cristo, somos a colheita de Deus, por isso devemos parecer com nossa semente: Jesus. Devemos a cada dia nos aperfeiçoar no Senhor para que consigamos semear novas vidas para o Reino dos Céus. É nossa obrigação sermos semelhantes a Cristo, a semente de toda obra divina.

Em Mateus, capítulo 13, versículos 37 e 38, Jesus, explicando a parábola do trigo e do joio (versículos 24 a 30), nos ensina que “o que semeia a boa semente é o filho do homem. O campo é o mundo, e a boa semente são os filhos do reino. O joio são os filhos do maligno”. Precisamos entender que devemos semear exatamente aquilo que queremos colher, ao invés de simplesmente jogarmos as sementes a esmo.

As palavras lançadas como semente

As palavras são poderosas armas quando bem utilizadas. Através delas, guerras são declaradas, acordos de paz são selados, sentenças de morte são proferidas, e absolvições realizadas. É o instrumento de comunicação do ser humano.

Não podemos desassociar a história da língua escrita com o desenvolvimento da civilização, pois há uma forte ligação entre ambas. Segundo historiadores, a língua escrita surgiu há cerca de 50 mil anos atrás da nossa era, com inscrições feitas em pedras e ossos, ou há cerca de 30 mil anos atrás, através de figuras pintadas em rochas e cavernas.

Os pictogramas constituíram a primeira grande invenção do homem no domínio da escrita. Para outros estudiosos, porém, o registro mais antigo é o da escrita sumérica, levando-se em conta o seu caráter predominantemente de escrita, pois não se tratava de pintura ou de desenhos gravados em pedras. Os sumérios, uma cultura da antiga Mesopotâmia, criaram as primeiras cidades.

Anos mais tarde, os egípcios desenvolveram a escrita hieroglífera. Criaram, então, determinados sinais, que poderiam ser facilmente encontrados em seus túmulos e pirâmides. Também passaram a registrar seus textos religiosos e importantes documentos em papiros.

Ainda, por volta de mil anos antes de Cristo, os fenícios, da antiga cidade de Biblos, desenvolveram um sistema de escrita formado por vinte e duas letras. Pela sua simplicidade, essa forma de escrita propagou-se rapidamente entre os povos semitas, atingindo mais tarde a Pérsia e a Índia. Os gregos, anos mais tarde, também passaram a adotá-la.


Renato Collyer
(adaptado do artigo "A arte de cultivar frutos eternos", publicado pelo site http://www.icrvb.com/ em 06.01.2010)

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