quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Novo audiolivro
Segundo audiolivro de Renato Collyer, A arte de cultivar frutos eternos apresenta de modo simples e objetivo a aplicabilidade do Princípio da Semeadura, bem como seus reflexos na vida secular do cristão. O autor traz diversos aconselhamentos à luz dos ensinamentos de Jesus, à medida que pormenoriza algumas situações cotidianas. Uma obra que nos faz refletir sobre a consequencia de nossas atitudes em relação às outras pessoas, e sobre que espécie de frutos estamos semeando: maus ou bons, frutos inférteis ou eternos.

[Ir para seção audiolivros]




domingo, 26 de dezembro de 2010

Revista Mundo Evangélico
A revista Mundo Evangélico, excelente publicação cristã com grande prestígio no meio editorial, publicou mais um artigo meu, intitulado "Combatendo o evagelho egocêntrico" (edição de dezembro/janeiro).

Para ver a chamada do artigo, basta acessar o site da revista. No site também é possível comprar a revista, com pagamento via boleto ou cartão de crédito. Boa leitura!

Clique aqui para acessar o site da ME




domingo, 5 de dezembro de 2010

Aprendendo a perdoar

Qualquer pessoa que disser que perdoar é uma tarefa fácil estará mentindo. O perdão pressupõe abrir mão dos direitos próprios contra o ofensor, justamente o motivo pelo qual é tão difícil exercitá-lo. Ninguém gosta de abrir mão de alguma coisa, ainda mais quando está certo em reclamar pelo que lhe é de direito. Mas se fosse tão fácil perdoar, não haveria necessidade de se estabelecer um princípio divino em relação ao perdão.

A sociedade onde vivemos tem suas leis. Elas funcionam como mecanismo de harmonização das relações sociais. Você já imaginou como seriam as interações entre as pessoas se não houvesse um instrumento capaz de frear as más condutas? Se com as leis, a sociedade está vivendo dias de instabilidade social, imagine como seria sem elas.

De igual modo, o mundo espiritual também tem suas leis próprias. Também chamadas de Princípios, são os responsáveis pela estabilidade e o equilíbrio entre o mundo físico e o Reino de Deus. Um dos princípios do Reino é o do perdão. Jesus disse: “Se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.14,15).

Perceba que há uma relação de íntima dependência entre as nossas atitudes e a atitude de Deus. O perdão é uma das chaves que abrem a porta da comunhão com o Pai. Você deseja passar por essa porta e ter um relacionamento íntimo com o Senhor? Então libere perdão.

Sendo um princípio divino, o perdão faz parte do caráter de Deus. O Pai sempre concede a benção do perdão ao pecador arrependido que se apresenta perante ele com um coração sincero. “Mas contigo está o perdão” (Salmo 130.4).

Deus é misericordioso para nos perdoar e amoroso para esquecer o que fizemos. “Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia, e o perdão; pois nos rebelamos contra ele, e não obedecemos à voz do Senhor, nosso Deus, para andarmos nas suas leis, que nos deu por intermédio de seus servos, os profetas” (Daniel 9.9,10).

Mesmo quando fazemos tudo errado, mesmo quando contrariamos a vontade do Senhor, mesmo quando tomamos decisões que nos afastam de sua presença, nosso Pai não nos esquece. Pelo contrário, ele continua sempre disposto a nos perdoar e a nos aceitar de volta. Seu amparo está sempre presente mesmo quando estamos longe. Na verdade, nós podemos ficar distantes de Deus, mas ele nunca se distancia de nós. Ele sempre está por perto nos protegendo. “E recusaram ouvir-te, e não se lembraram das tuas maravilhas, que lhes fizeste, e endureceram a sua cerviz e, na sua rebelião, levantaram um capitão, a fim de voltarem para a sua servidão; porém tu, ó Deus perdoador, clemente e misericordioso, tardio em irar-te, e grande em beneficência, tu não os desamparaste” (Neemias 9.17).

O ato de perdoar pressupõe uma reciprocidade. Na oração ensinada por Jesus (Mateus 6.12) Deus nos perdoa na mesma proporção que perdoamos as pessoas que nos ofendem. Se o perdão liberado por nós for completo, seremos perdoados. Do contrário, se não perdoarmos de verdade, não seremos perdoados pelo Pai. Perceba que Cristo, na oração do Pai Nosso, não disse “quando perdoamos”, mas “assim como perdoamos”.

Por acaso há uma cota exata para se perdoar? Há um limite para perdoarmos aqueles que nos fazem mal? Jesus nos deu um número: “setenta vezes sete” (Mateus 18.21). Entretanto, a matemática do Mestre é diferente da nossa. Metaforicamente, isso quer dizer que devemos perdoar sempre, quantas vezes for necessário. Isso só se torna possível quando estamos com Cristo. Através da sua infinita graça, somos capacitados a praticar o perdão.

Jesus também nos ensina que o perdão deve ser sincero. “Assim vos fará, também, meu Pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas” (Mateus 18.35). O Senhor abomina o engano e o fingimento. O cristão deve perdoar na certeza de que seus direitos contra o ofensor são transferidos para Deus. Devemos sempre entregar nas mãos do Pai tudo que nos aflige.

Algumas pessoas oram durante anos, sem, contudo, alcançarem êxito ou mesmo resposta dos céus. Por que isso acontece? A falta de perdão representa um impedimento para que as bênçãos do Senhor fluam. É uma lei do Reino de Deus. Contra essas leis não podemos fazer nada, tão somente obedecer. “Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos céus, vos não perdoará as vossas ofensas” (Marcos 11.25,26).

Perdoar facilmente é um sinal de que estamos em comunhão com o Pai (Colossenses 3.13). É preciso liberar perdão para usufruir da presença real e plena de Cristo em nossas vidas. Não guarde mágoas, rancores e ressentimentos em seu coração. Dê lugar para bons sentimentos.

Já ouvi muitas pessoas dizendo: “Eu perdôo, mas não esqueço. Ele lá e eu aqui”. Quem perdoa deve realmente esquecer o que houve e não trazer à memória a ofensa recebida a cada nova oportunidade. Quem age desse maneira demonstra não ter capacidade de perdoar e, portanto, não merece ser perdoado por Deus. Se quisermos que o Senhor nos perdoe, precisamos apagar de nossas mentes a ofensa recebida.

Assim como Deus esquece nossos erros (em Jeremias 31.34 está escrito: “Porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados”), nós também devemos perdoar e, de modo sincero, esquecer. Quando ficamos livres da mágoa e da tristeza, damos lugar para Deus agir em nossas vidas. Ao liberarmos perdão, somos contemplados com toda sorte de bênçãos dos céus, como cura espiritual, libertação e fervor.

Não se esqueça de que alcançamos a salvação por intermédio do perdão divino. Deus lançou fora toda lembrança de nossos erros e nos restaurou, nos deu uma nova vida. Pense nisso na hora de perdoar quem lhe ofendeu. Mesmo cometendo muitos erros, o Senhor perdoou você.

Você é capaz de fazer o mesmo?


Renato Collyer



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O princípio 6.6Certa vez, Jesus disse: “Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mateus 6.6). Jesus criticou severamente o modo como os fariseus oravam, condenando a prece pretensiosa, ostentosa e que atrai a atenção.

Cristo nos concede uma preciosa lição. Ele nos ensina sobre a intimidade com Deus. Jesus sabia dominar como ninguém a arte da comunicação. Ele dominava plenamente o uso adequado das palavras. Não estou me referindo ao modo correto do emprego das palavras ou ao conhecimento apurado da gramática. Cristo usava suas palavras como um verdadeiro canhão, capaz de transpor as barreiras do preconceito e do legalismo exacerbado, pois era o único instrumento que possuía.

Suas palavras penetravam no coração das pessoas, fazendo-as pensar, refletir e mudar de opinião. Nenhum elemento coercitivo era usado. Não era preciso. Jesus as convencia devido à veracidade que sua própria história como Filho de Deus transmitia. Quando outros elementos, como a coerção, são necessários para que nossas idéias sejam aceitas, revelamos o quanto elas carecem de sustentabilidade própria.

No sentido que Jesus estava empregando as palavras para que seus seguidores o entendessem, “aposento” ou “quarto de portas fechadas” está profundamente relacionado à lugar de intimidade.

Não tenho formação acadêmica em Arquitetura, no entanto sei que a porta principal de uma casa deve dar acesso à sala de visitas. Simplesmente porque a sala representa um lugar de livre acesso. Qualquer pessoa pode explorá-la sem reservas. Não há nada de pessoal lá. Você não guarda sua roupas íntimas ou as jóias da família na sua sala de visitas.

Você consegue imaginar uma porta principal de uma casa dando acesso ao quarto? O motivo? O quarto é o lugar onde guardamos coisas especiais. O quarto representa nossa intimidade. Você não convida um conhecido do trabalho para tomar um refrigerante no seu quarto. Um amigo, porém, tem intimidade suficiente para assistir um filme ali.

Você consegue entender o que Jesus estava tentando ensinar aos discípulos? Ele ensinava por meio de parábolas, uma espécie de pequenas histórias de fácil compreensão. Ele usava esse método porque sabia que deste modo suas palavras poderiam ser entendidas desde o mais sábio dos escribas até o mais iletrado do povo. Cristo não usava métodos de persuasão, nem fazia uso de uma linguagem rebuscada. Pelo contrário, utilizava-se da simplicidade das parábolas para transmitir seu recado.

Nas relações interpessoais, a grande chave para se alcançar um objetivo, seja ele qual for, é criar uma rota de fácil acesso entre o emissor e o destinatário. É preciso deixar claro o que se deseja alcançar. Não adianta utilizar métodos inovadores ou experimentais se não conseguimos expressar de modo coeso nosso raciocínio. Faz-se necessário oferecer sempre uma espécie de ponto comum de raciocínio, ou o que eu chamo de Ponto de Referência.

A partir de um ponto de referência, é possível chegar a qualquer lugar, partindo-se de um ponto de comum acesso e entendimento ao ouvinte. Jesus sabia usar isso como ninguém. Ele falava das coisas sobrenaturais usando como referência simples situações do dia a dia, facilmente conhecidas por todos. Assim, Cristo discorria sobre assuntos até então inalcançáveis pelas pessoas, porém facilmente assimiláveis por causa do ponto de referência que utilizava.

Nesse caso específico, Jesus não fez uso das parábolas, mas do ponto de referência para esclarecer algumas coisas. Uma delas é que somente através da oração conseguimos conquistar a intimidade com o Pai. Sim, é uma questão de conquista. Ter comunhão com Deus é ter uma relação onde nada é escondido. Estar no quarto significa mostrar quem você realmente é, sem máscaras ou ilusões.

Está escrito: “Eu sou aquele que sonda as mentes e os corações” (Apocalipse 2.23). Deus conhece nossos pensamentos, somente Ele é capaz de saber o que se passa em nossa mente. Por essa razão, nosso Pai nos entende tão bem. Imagine aquela pessoa que você mais gosta, que mais tem afinidade (pode ser um irmão, esposo, namorado ou amigo). Agora pense como seria se essa pessoa pudesse saber tudo que se passa em sua mente. Como seria se essa pessoa pudesse ler seus pensamentos, pudesse saber o que você deseja mesmo antes de você falar qualquer palavra?

Certamente seu relacionamento com ela iria mudar. Vocês iriam ter uma forte ligação. Provavelmente essa pessoa teria um grau mais elevado de sua confiança em relação às demais. Sua amizade seria ainda mais forte. Assim acontece com Deus!

Ele nos conhece plenamente, melhor que nós mesmos. Devemos ter essa confiança nele, devemos estreitar nossa relação com o Pai. Assim como um grande amigo que sabe todos os segredos do outro, temos que ter plena confiança no Senhor e entregar em suas mãos todas as nossas aspirações, ansiedades, projetos e sonhos. Jamais duvide disto: O Pai Celestial deseja sempre o melhor para você. Como a Bíblia declara: “Se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial” (Lucas 11.13). E ainda: “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti, que trabalhe para aquele que nele espera” (Isaías 64.4).

Lembre-se de que sua oração não deve ter como propósito atrair a atenção dos homens, mas representar o meio, por excelência, de seu encontro pessoal com Deus, para que você cresça em fé e viva uma vida cheia do Espírito Santo.


Renato Collyer
(artigo publicado pelo site http://blogueiroscristaos.blogspot.com/ em 09.11.2010)




quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Revista Mundo Evangélico
A revista Mundo Evangélico, excelente publicação cristã com grande prestígio no meio editorial, publicou meu artigo intitulado "O novo nascimento" na sua edição de outubro de 2010.

Para ver a chamada do artigo, basta acessar o site da revista. No site também é possível comprar a revista, com pagamento via boleto ou cartão de crédito. Boa leitura!

Clique aqui para acessar o site da ME




segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Combatendo o evangelho egocêntrico (2/2)
Muitos cristãos estão se conformando com o mundo. Esqueceram-se de sua missão. Estão tão à vontade com os ditames da sociedade que só pensam em si mesmos, deixando para trás a pregação da Verdade de Cristo. Estão vivendo um evangelho em causa própria, unicamente para suprir suas necessidades pessoais.

Deus não é um mero facilitador das coisas, nem tampouco está conosco para atender nossas vontades. O evangelho de Cristo não serve para nos colocar em uma situação confortável. Nosso foco deve ser anunciar a Palavra da Salvação. Uma Igreja deve ter como principal objetivo a visão missionária e não a satisfação pessoal de seus membros. Não permita que o evangelho egocêntrico tome conta da sua comunhão com o Pai.

O evangelho de Cristo fala de uma mudança pessoal. Não se refere a fatores externos. Não espere que o mundo esteja em total harmonia para agir corretamente. Mesmo que os valores da sociedade estejam deturpados, em desacordo com os preceitos bíblicos, os filhos de Deus devem refletir sua divina vontade, agindo com amor e compaixão e não se rendendo ao mundo, tentando adequar-se a ele.

O grande problema de acomodar-se ao mundo é a permissividade que isso traz. Acabamos aceitando práticas e costumes dentro de nossos lares e dentro das igrejas que antes eram fortemente combatidos. Permissividade é permitir em nossas vidas algo que sabemos que está errado. É ser tolerante com algo que sabemos não agradar a Deus. O crente permissivo ou tolerante esquece o padrão do Senhor para determinadas atitudes e se acostuma com suas debilidades. Acaba por ficar cego, não percebendo o que faz, pois para ele tudo está correto.

Em Apocalipse 2.18-20, lemos: “E ao anjo da igreja de Tiatira escreve: Isto diz o Filho de Deus, que tem seus olhos como chama de fogo, e os pés semelhantes ao latão reluzente: eu conheço as tuas obras, e o teu amor, e o teu serviço, e a tua fé, e a tua paciência, e que as tuas últimas obras são mais do que as primeiras. Mas tenho contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz profetisa, ensinar e enganar os meus servos, para que se prostituam e comam dos sacrifícios da idolatria” (ênfase do autor).

Quem tolera, ainda admite o pecado. Ou pior, considera-o uma prática lícita aos olhos de Deus. Quando somos tolerantes e nos acostumamos com nossos pecados, começamos a dar mau exemplo. As más atitudes viram uma reação em cadeia, pois começamos a tolerar o pecado não só em nossas vidas, mas também na vida dos outros irmãos em Cristo, pois se você o condena, condena a si mesmo.

Já ouvi algumas pessoas adeptas a essa modalidade de evangelho falarem: "Deus não se importa com meus hábitos, ou com o modo como me visto. Ele não liga pra isso, ele só olha o coração".

A concepção de que Deus “só olha o coração” pode ser um instrumento usado pelo inimigo para afastar muitas pessoas da presença do Pai. Em um sentido espiritual, nosso coração exerce uma função primordial. É justamente por Deus “olhar o coração” que as atitudes e os comportamentos exteriores são tão importantes.

Nosso corpo fala e se expressa de acordo com nossos sentimentos, de acordo com o estado emocional e espiritual em que estamos. Falar que Deus não liga para nosso exterior, não liga para o modo que nos apresentamos à sociedade é aceitar a teologia da permissividade, em que pequenas coisas passam a fazer parte do cotidiano do cristão. É um caminho, uma pequena brecha que o inimigo usa para roubar nossa intimidade com o Pai.

O Senhor concedeu ao homem liberdade de escolha. Infelizmente, o sentimento de liberdade exacerbada tem levado aos lares cristãos verdadeira degeneração, tendo, por conseguinte, reflexos na igreja, que é constituída de famílias, o grande núcleo celular em que Deus age.

Desse modo, os princípios bíblicos são vistos sob o prisma da relatividade, em que tudo é maleável e adaptável a novas situações, oriundas da “evolução” da sociedade (comportamento e linguagem, principalmente).

Quando tudo se torna relativo, não há princípios prontos e acabados, mas construídos diariamente a partir das experiências pessoais. E isso é preocupante e muito perigoso. O homem está tentando reescrever os preceitos divinos e adaptá-los consoante seus próprios interesses.

O Senhor é um Deus de misericórdia e amor, porém não é complacente com o pecado. Ele não aceitou o pecado antes e não o aceita agora. Sua palavra é imutável. O grande erro do homem é pensar que Deus se adapta às necessidades humanas no decorrer da história.

Deus não muda seus preceitos de acordo com as mudanças sociais ou com a modernidade do homem. O que era pecado ontem, continua sendo pecado hoje e ainda continuará sendo até o final dos tempos.

A inobservância dos princípios divinos leva o homem ao caos moral, perceptível em nossos dias em que filhos se revoltam contra seus pais, chegando até a agressão física, estágio em que as ofensas verbais são constantes. Não há temor, somente indiferença à voz de Deus.

A salvação do homem depende somente da sua disposição em receber a graça de Deus. Entenda que Deus nos concedeu o livre arbítrio para que tenhamos responsabilidade. Somos os próprios responsáveis pelas nossas atitudes, pois a liberdade pressupõe esse encargo.


Renato Collyer




terça-feira, 12 de outubro de 2010

Combatendo o evangelho egocêntrico (1/2)
Na carta aos romanos, está escrito: “E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus” (Romanos 12.2).

Em outras palavras, o apóstolo Paulo estava querendo dizer: “Não sigam as regras deste mundo, não ajam de acordo com os ditames desta sociedade corrupta, sejam agentes modificadores dela. Sejam influenciadores e não influenciados!”

Há algum tempo ouvi uma história. Talvez uma daquelas histórias que nos fazem refletir sobre nossas atitudes. Vou compartilhá-la com você.

Todas as noites, uma criança orava fazendo a Deus o seguinte pedido:
“Deus, desejo que você transforme o mundo”. Os olhos do pequeno menino não aguentavam mais contemplar tanta violência, miséria e medo. Seu coração clamava por mudanças.

O mesmo pedido continuou a ser feito durante muitos anos. À medida que a criança crescia, o pedido mudava. O garoto percebeu que mudar o mundo era muito complicado. Talvez Deus estivesse ocupado com coisas mais importantes, pensou ele. Então, passou a limitar seu pedido:
”Deus, desejo que você transforme meu país”.

Os anos se passaram, e o menino, agora mais velho e desiludido, pedia:
"Deus, desejo que você transforme minha cidade”. O pedido foi se tornando cada vez mais específico: “...meu bairro, minha rua, minha casa”. Depois de muitos anos, o pequeno garoto tornara-se um homem velho e cansado, porém seu coração ainda estava esperançoso. Vendo, porém, que nada havia mudado, ele fez uma última oração: “Deus, desejo que você transforme primeiramente a mim!”

Essa pequena história ilustra de modo prático o que Paulo disse aos romanos.
Não adianta mudar o mundo. É preciso mudar as pessoas. É preciso mudar as atitudes, e não se conformar com este mundo.

As palavras de Paulo são o carro chefe do combate ao evangelho egocêntrico.

O
egocentrismo é o estado de espírito do egocêntrico, que se refere ao ego, ao eu, considerado como o “centro do universo”. De igual modo, o egoísmo é um sentimento ou maneira de ser dos indivíduos que só se preocupam com seus próprios interesses, com o que lhes diz respeito.

O indivíduo egocêntrico se torna distante de tudo que está ao seu redor, preocupando-se unicamente com o que lhe interessa. Diante disso, utiliza o
ego para satisfazer suas necessidades que ora são superficiais e ora não passam de simples desejos.

O
ego é a soma total dos pensamentos, idéias, sentimentos, lembranças e percepções sensoriais. É a parte mais superficial do indivíduo, ao qual modificada e tornada consciente, tem por funções a comprovação da realidade e a aceitação, mediante seleção e controle, de parte dos desejos e exigências procedentes dos impulsos que emanam do indivíduo. O ego é a consciência, pequena parte da vida psíquica. Obedece ao princípio da realidade, ou seja, a necessidade de encontrar objetos que tragam um sentimento de plena satisfação.

Em um coração onde somente o
eu habita, não há lugar para se preocupar com os outros, não há espaço para a verdadeira missão do cristão, a pregação da Palavra.

O
evangelho egocêntrico empregado aqui é o antônimo de evangelho cristocêntrico. Quando uma pessoa se utiliza do evangelho esperando alcançar somente bênçãos para si está caminhando na contramão das palavras de Jesus: “Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15).


Renato Collyer
(continua...)

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Um amor que não estabelece
É simplesmente incrível e cativante o modo como um bebê observa, encantado, sua mãe. Ele não a ama pelo fato de que ela representa seu meio de sustento, sua provisão direta. Seu amor não é baseado em sua dependência. Na verdade, essa noção de um amor condicional está longe de ser entendida por um ser tão pequeno e carente.

Durante seu estado fetal, o bebê apenas recebia e em nada contribuía para seu desenvolvimento. Sua atitude passiva, entretanto, representou seu grande triunfo. Ao sair do ventre de sua mãe, seus olhos não conseguiram distinguir o fascinante mundo em que agora se encontra. Sua noção de espaço era limitada, sua percepção era limitada. Sua vida era limitada.

Para o bebê, sua mãe representa o verdadeiro liame entre dois mundos. Antes, sua casa, agora, sua fonte de sobrevivência e o caminho para sua nova vida. Mas essa é uma percepção que está longe de ser acatada por um ser tão pequeno e ingênuo.

Para a pequena criança, sua mãe é tudo. Seu olhar, seu carinho, sua atenção. Seu mundo gira em torno dela. E não há condições. Sua mãe não precisa fazer nada para ter seu amor. Não precisa enchê-la de presentes ou lhe falar coisas que a agradem. Não precisa lhe dizer o quanto suas bochechas são rosadas ou o quanto sua pele é macia. Não precisa dizer o quanto seu sorriso ainda sem quaisquer dentes a deixa tão feliz.

Um amor que não estabelece condições. Um amor incondicional. É exatamente disso que precisamos. “Mas uma boa dose de condições não faz mal a ninguém”, você deve estar pensando. Um amor educado, simpático, companheiro e que faça exatamente tudo o que desejo é sempre bem vindo. Entenda, entretanto, que quando fazemos do acessório o principal as coisas começam a desandar.

Quando criança, minha família e eu nos mudávamos frequentemente de cidade em função do trabalho de meu pai. Já perdi a conta das amizades que deixei para trás e das inúmeras boas lembranças, que guardo em lugares secretos da minha mente. Em alguns momentos, elas reaparecem, me trazendo boas percepções.

Porém, mas árduo do que fazer novas amizades ou iniciar o ano letivo em uma escola totalmente nova bem no meio do semestre é encaixotar as coisas. E mais difícil do que encaixotar as coisas é tirar essas coisas de dentro das caixas. Como somos capazes de guardar tantos trecos, não é mesmo? Faça um teste: consiga uma caixa bem grande e comece a enchê-la de coisas que não usa mais. Você irá perceber que no final do dia aquela caixa que parecia enorme no início da aventura se revelou ineficaz diante de tanta coisa velha!

Sempre que começávamos a arrumar as coisas na nova casa, meu pai dizia: “Não dêem tanta importância aos detalhes. Vamos nos concentrar nas coisas mais importantes”. Porém a frase que eu mais gostava de ouvir era: “Se concentrem no bolo, não no glacê”. Talvez sem querer, meu pai me ensinou uma grande lição. Quando nos concentramos muito nos detalhes, deixamos de dar valor ao que realmente importa. Quando nossa atenção é desviada para a cobertura, nosso bolo pode queimar!

Você já notou que quando nos aproximamos demais de uma pintura, as imperfeições saltam aos olhos? Nosso olhar vai diretamente para onde está o erro. “Ali está! O pintor deixou de dar um acabamento final nesse pedaço aqui”, dizemos. Quando nos detemos aos detalhes, não apreciamos a beleza da totalidade da obra. Quando nos deixamos ser levados pelos detalhes, perdemos o maravilhoso espetáculo da vida!

Talvez visto de perto todo o relacionamento tenha suas imperfeições. Ou, de longe, todo casamento, namoro, ou amizade sejam perfeitos. Mas o que procuramos não é a perfeição. Procuramos erros! Isso mesmo, sempre estamos procurando erros. Algumas pessoas em graduação menos elevada, mas todos procuramos os erros. Porque isso acontece? Talvez para que possamos nos enganar ao pensar que temos as respostas certas. E é justamente nas respostas certas que residem as condições.

Quando seu amor é condicional, você está assumindo que somente você possui as respostas certas. Quando um relacionamento é pautado em condições, o foco é desviado para o que o outro pode oferecer e não do que eu posso abrir mão. As condições funcionam como verdadeiras bombas-relógio com o contador quebrado. Não se sabe quando ocorrerá a explosão. Mas uma coisa é certa: quem estiver por perto na hora em que ela acontecer não sairá ileso.

Nas exatas palavras de meu pai: “Se concentrem no bolo, não no glacê”. Como seres humanos, somos imperfeitos. E parece que por não aceitarmos isso, tentamos transferir nossas responsabilidades. Por não tentar entender e aceitar as pessoas com seus erros e suas limitações, damos muita atenção aos detalhes e não ao que realmente importa.

Experimente não dar tanta importância aos pequenos erros da pintura. Se você, assim como eu, é uma pessoa detalhista, dê atenção aos pequenos bons detalhes. Um simples sorriso sincero. Um abraço, mesmo que tímido. Um caloroso aperto de mão. Um verdadeiro elogio. E, principalmente, jamais cole seu amor junto ao quadro de sonhos impossíveis. Não estabeleça condições. Como uma inocente criança, esteja disposto a amar. Também esteja disposto a aceitar. E a errar. Erre bastante. Não tenha medo de errar. O erro nos torna humanos e passíveis de entender os outros.

Cultive um amor desinteressado e esteja pronto para colher os frutos de um relacionamento pautado no amor de Deus.


Renato Collyer
(artigo publicado pelo site www.icrvb.com em 24.09.2010)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O fruto do Espírito


No estudo da Botânica, fruto é o resultado do amadurecimento do ovário das flores, garantindo a proteção e auxiliando a dispersão das sementes surgidas após a fecundação. Os frutos mantêm-se fechados sobre as sementes até, pelo menos, o momento da maturação. Somente quando as sementes estão prontas para germinar é que os frutos amadurecem e se abrem.

Em Mateus, capítulo 7, versículos 17 a 20, percebemos que, no sentido bíblico, o fruto está associado às nossas atitudes: “Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis”.

Se nossas ações estiverem de acordo com os ensinamentos de Cristo, daremos sempre muitos frutos. E frutos excelentes. “Toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer” (João 15.2,5).

Podemos dizer que o fruto do Espírito é a manifestação das virtudes de Deus na vida do cristão, conforme o grau de entrega deste como servo ao Senhor. É uma obra do Espírito Santo, transmitindo ao homem toda a plenitude do Pai.

O fruto do Espírito nos torna pessoas mais parecidas com Cristo, uma vez que constitui-se em expressões do seu caráter em nossas vidas. O fruto também produz santificação à medida em que nos purifica pela Palavra.

Note que o termo fruto não se encontra no plural, levando a interpretação de que o mesmo é apenas um, subdividido em nove virtudes ou atributos. Tendo no amor sua origem, essa é a principal virtude do fruto do Espírito, sendo as demais consequências naturais de sua prática constante. “Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança” (Gálatas 5.22).

A principal virtude do fruto é o amor, simplesmente porque Deus é amor. “Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor é de Deus, e qualquer que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1 João 4.7,8).

E como praticar esse amor?

Assim como os grandes heróis da fé, medite na Palavra de Deus. É o caminho certo para o sucesso na vida do cristão. “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido” (Josué 1.8).

Quando meditamos na Palavra e a praticamos, somos conduzidos de forma a termos equilíbrio em nossas atitudes. Esse, contudo, parece ser o maior desafio: praticar o que lemos e aprendemos.

É preciso vencer o estágio de mero ouvinte e leitor da Palavra e a praticar diariamente em todas as situações. No aconselhamento de Tiago, “Sede cumpridores da palavra, e não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural” (Tiago 1.22,23).

É preciso constantemente caminhar para um nível maior de aplicabilidade dos preceitos divinos e abandonar os mandamentos deste mundo.

Deixe que o Espírito Santo guie seus passos e não se surpreenda com as maravilhas que acontecerão em sua vida. Através do amor que brotará em você, você conseguirá discernir todas as coisas por meio de sua experiência individual com Deus.

Que o Pai Celestial sempre esteja com você.


Renato Collyer
(adaptado do artigo "A arte de cultivar frutos eternos", publicado pelo site http://www.icrvb.com/ em 06.01.2010)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O dia em que a Terra parou


Era mais um dia comum. Uma terça-feira como outra qualquer. Eu estava retornando da escola. Minha mochila ainda estava suspensa em meu ombro direito quando, ao ligar a tv, deparei-me com uma imagem incrível. Inicialmente, pensei tratar-se de um filme de ficção científica. Mas depois de mudar de canal diversas vezes e perceber que a mesma cena estava sendo retratada em todos os outros, percebi que era bem real. Sem efeitos dignos de um sucesso de bilheteria de Hollywood. Era a vida real!

Às 8h46, o avião que fazia o voo 11 da American Airlines bateu na torre norte do World Trade Center matando as 92 pessoas a bordo – além de matar ou isolar outras 1.366 no ponto do impacto do edifício ou acima dele. Equipes de reportagem correram para o local. Inicialmente, falou-se em terrível acidente aéreo, mas, 16 minutos depois, quando as câmeras flagraram o voo 175 da United Airlines se chocando contra a torre sul, ficou claro que os EUA estavam sob ataque.

Os sequestradores, a maioria sauditas, haviam assumido o controle dos dois voos com destino à Califórnia logo depois da decolagem de aeroportos da Costa Leste americana. Com facas e bastões, e ameaçando explodir bombas, eles dominaram tripulantes e passageiros e conduziram os aviões repletos de combustível até os alvos.

Na torre norte, todas as descidas foram bloqueadas. Pessoas presas faziam telefonemas desesperados para entes queridos, pedindo ajuda ou simplesmente dizendo adeus.

Em todo o mundo, milhões assistiam ao vivo pela tv pessoas se atirando do alto do prédio em chamas. Na torre sul, uma escada permaneceu intacta. Apenas 18 das cerca de 600 pessoas presas no prédio escaparam antes de seu desabamento. Às 10h28, a torre norte também veio abaixo.

Controladores de voo ficaram sabendo que mais dois aviões haviam sido sequestrados, mas conseguiram localizá-los somente às 9h37, quando o voo 77 da American Airlines atingiu o Pentágono, quartel-general de defesa dos EUA, provocando a morte de mais 189 pessoas.

Às 10h03, o avião que fazia o voo 93 da United Airlines caiu em um campo aberto na Pensilvânia, matando todos a bordo.

O presidente americano George W. Bush, em pronunciamento à nação americana, disse: “Hoje, meus compatriotas, nosso modo de vida, nossa liberdade foram atacados”.

11 de setembro de 2001. O dia em que a Terra realmente parou. Também foi o dia em que o mundo se perguntou até onde o fanatismo religioso aliado à intolerância são capazes de disseminar o terror e destruir vidas inocentes.


Renato Collyer

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

O novo nascimento
Certa ocasião, Jesus disse a um homem chamado Nicodemos que era necessário nascer de novo para ver o Reino de Deus. O homem, bastante confuso com aquelas palavras, perguntou a Cristo: “Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer?” (João 3.4).

Vendo a expressão de dúvida estampada no rosto de Nicodemos, Jesus lhe disse: “Aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito” (v. 5-6).

Nicodemos era um respeitado e influente membro do Sinédrio. Sendo fariseu, foi instruído de acordo com a lei e teologia judaicas. O próprio Jesus o chamou de “mestre de Israel”.

É bem provável que Nicodemos tenha ido encontrar Jesus durante a noite por temer sua reputação e, especialmente, sua posição social: um simples carpinteiro que falava sobre o Reino de Deus e operava milagres no meio do povo.

Jesus ensinava que, para entrar no Reino de Deus, era necessário que uma pessoa nascesse de novo. Esse, no entanto, não era um nascimento comum. Não se tratava de um segundo nascimento biológico. Cristo se referia a um nascimento espiritual.

Como os hebreus usavam termos como “água” e “gota” para descrever o nascimento natural, está explicado o porquê de Jesus ter usado uma palavra que o povo compreendia. “Espírito” se refere ao nascimento espiritual realizado mediante o poder de renovação e transformação do Espírito Santo. Somente o Espírito de Deus é capaz de fazer isso.

Sem o novo nascimento não existe vida, nem relacionamento com Deus. Quando uma pessoa nasce de novo, sua perspectiva muda à medida que é capaz de contemplar o Reino de Deus. Através desse nascimento, somos apresentados a um novo domínio em que a vontade de Deus prevalece.

Nascer de novo não significa somente ser salvo ou esperar algo que virá futuramente. É uma nova experiência, um novo estágio de vida, que nos concede novas oportunidades em nossos relacionamentos com outras pessoas e não só com Deus.




Renato Collyer

sábado, 28 de agosto de 2010

Louvando na tempestade

Sempre fui apaixonado por barcos. Já tive a oportunidade de fazer algumas viagens. Gosto da tranquilidade das águas. É inspirador o modo como a brisa sopra por cima das pequenas ondas. As belas aves planam no imenso céu azul como se não se importassem com a presença de seus admirados visitantes.

Certa vez, viajei de lancha pela Amazônia. As águas do Rio Amazonas são tranquilas e parecem formar uma linda sinfonia que se une à paisagem incomparável da floresta.

O rio corta a floresta e por isso não é difícil encontrar troncos no meio das águas. O piloto da embarcação precisa ficar sempre atento para desviar das armadilhas do caminho e evitar um desastre. Experiência e atenção são indispensáveis para garantir a segurança dos passageiros.

O que quero dizer é que mesmo em meio à tranquilidade (rio), as adversidades surgirão (troncos). Mesmo sendo servos de Deus, não estamos livres dos problemas da vida. Nascemos de novo em Cristo (João 3.7), mas ainda vivemos em um mundo onde o mal impera, onde o pecado, muitas vezes, vence a santidade.

Você pertence ao Pai, ele toma conta da sua vida. Você, no entanto, vive em um mundo entregue às paixões da carne. “Sabemos que somos de Deus, e que todo o mundo está no maligno” (1 João 5.19).

Talvez o ambiente onde você trabalhe não seja exatamente um paraíso na terra. As pessoas falam mal de você pelas costas, tentam, de todas as formas, impedir seu crescimento profissional. Mas não se preocupe, não deixe que isso lhe abale. Seja luz no meio das trevas! Pode, por acaso, a luz brilhar no meio da luz? Não, a luz só brilha no meio da escuridão. Deixe sua luz brilhar no meio do caos e faça com que as pessoas percebam que há algo diferente em você!

Permita-me voltar a falar sobre barcos. Em minhas experiências nessas viagens, um sentimento sempre me incomodou. Ao mesmo tempo em que ficava feliz por ter chegado à terra firme em segurança, entristecia-me o fato de ter que abandonar a embarcação. As águas me traziam um estado de verdadeira paz.

Comumente vemos na Bíblia algumas passagens que se referem a “águas”, como no Salmo 23.2: “Deitar-me faz em verdes pastos, guia-me mansamente a águas tranquilas”.

Agora imagine o seguinte: uma grande tempestade se aproxima. Antes que o comandante da embarcação perceba, ventos fortes começam a soprar. Os instrumentos de navegação nada podem ajudar, pois estão danificados! O que fazer? A que grupo de pessoas você pertence?

Você irá fazer de conta que nada está acontecendo e esperar a morte iminente? Irá se desesperar e, não se importando com ninguém, cuidará de salvar sua própria vida? Ou terá simplesmente fé?

É possível louvar ao Senhor em meio à tempestade?

Lucas nos conta o que aconteceu com ele e os demais discípulos: “Num daqueles dias, [Jesus] entrou num barco com seus discípulos, e disse-lhes: Passemos para o outro lado do lago. E partiram. E, navegando eles, adormeceu; e sobreveio uma tempestade de vento no lago, e enchiam-se de água, estando em perigo. E, chegando-se a ele, o despertaram, dizendo: Mestre, Mestre, perecemos. E ele, levantando-se, repreendeu o vento e a fúria da água; e cessaram, e fez-se bonança. E disse-lhes: Onde está a vossa fé? E eles, temendo, maravilharam-se, dizendo uns aos outros: Quem é este, que até aos ventos e à água manda, e lhe obedecem?” (Lucas 8.22-25).

Os discípulos ficaram apreensivos. Eles pertenciam ao segundo grupo, se desesperaram. Estavam com tanto pavor que somente lembraram que Jesus estava a bordo do barco quando as águas representavam perigo para suas vidas. Aqueles homens estavam acostumados com o mar. Aquela tempestade era apenas mais uma que deveriam enfrentar. Eles pensavam que poderiam passar pela tribulação pelas suas próprias forças, pelos seus próprios meios. É bem provável que antes de acordarem Jesus, os discípulos tivessem tentado – porém, sem sucesso – deter o avanço da água sobre a embarcação.

Até que ponto você consegue suportar? Até onde suas forças são capazes de aguentar as pressões deste mundo? As águas inundaram seu barco e você já não sabe o que fazer?

Mesmo em meio à tempestade, a luz de Cristo brilha forte. Você já percebeu que a luz não se abala com o vento? A luz não se move por causa das tempestades ou das chuvas. A luz permanece imóvel, parece não se importar com os problemas. Eles não a atingem.

Jesus é a nossa luz. Todos os seus problemas são pequenos perante ele. O Salvador está sempre disposto a ajudar, basta você simplesmente “acordá-lo”. Jesus quer ouvir a sua voz a chamar por seu Nome. Ele quer que você confesse com seus lábios: “Mestre, não posso caminhar com minhas próprias forças, preciso do seu amparo. Me ajude. Me salve!”.

Jesus deseja ouvir a sua voz. Louve ao Senhor não importa a situação. Não ligue para a tempestade. Deposite sua fé na luz de Cristo.

Muitas vezes reclamamos da vida. Reclamamos que Deus não se importa conosco, não nos salva de nossos problemas. Eu faço a seguinte pergunta para todos nós: temos conversado com Deus o suficiente? Estamos buscando intimidade com ele? Eu lhe desafio a buscar intimidade com o Senhor. Também me incluo nesse desafio. A voz de Deus deve ser constante em nossas vidas.

Nossas orações são levadas pelos anjos como fumaça até a presença do Senhor (Apocalipse 8.4). Deus se importa com seus filhos. Ele se importa com todos nós. O Pai Celestial se importa com você! Ele reserva uma atenção toda especial para você. Ele só deseja ouvir a sua voz. Converse com seu Pai.


Renato Collyer
(artigo publicado pelo site http://www.icrvb.com/ em 10.02.2010)

domingo, 25 de julho de 2010

Fé para dias difíceis


Ser cristão não pressupõe uma vida repleta de alegrias e alheia às tribulações. Muitas pessoas têm o errôneo entendimento de que seguir a Cristo é viver num mar de rosas. O próprio Jesus disse que enfrentaríamos problemas e que passaríamos por dificuldades ao longo de nossa caminhada por este mundo (João 16.3).

Isso não quer dizer, no entanto, que nossa vida deva ser repleta somente de dificuldades e perseguições. Por sua imensa compaixão, Jesus nos assegurou bênçãos, alegria e paz. A Bíblia nos mostra que quando estamos no centro da vontade do Pai, as tribulações têm efeito positivo, porque nos ensinam a depender de seu precioso amor.

A palavra tribulação significa sofrimento, aflição e adversidade. Também representa tormento e amargura. “Eis que foi para a minha paz que tive grande amargura, mas a ti agradou livrar a minha alma da cova da corrupção; porque lançaste para trás das tuas costas todos os meus pecados” (Isaías 38.17).

Como filhos de Deus, temos paz com ele através de Jesus Cristo. Fomos justificados, tendo livre acesso à paz e às bênçãos divinas. Porém é muito fácil oferecermos louvor e ações de graças quando tudo está estável. Adorar na calmaria é simples! A Palavra de Deus nos ensina que também devemos dar glórias nas dificuldades, sabendo que a tribulação produz paciência.

A paciência nos ajuda a suportar as dores e os infortúnios com resignação. É uma atitude que expressa nossa compreensão da vontade de Deus. Mesmo sendo uma difícil lição, devemos praticar a paciência em nosso lar, depois praticá-la na igreja local, no tratamento com nossos irmãos em Cristo e até com as pessoas que nos querem mal. “Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade; abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis” (Romanos 12.12-14).

A tribulação também produz experiência. Assim como um soldado que só adquire experiência no campo de batalha, a experiência cristã demanda tempo na presença do Senhor, adorando-o e servindo-o. Isso porque não se adquire experiência no momento da conversão.

Essa experiência consiste na prática dos preceitos cristãos, na medida em que se obtém conhecimentos necessários para uma vida vitoriosa em Cristo. Há cristãos que não passam na prova da experiência porque são induzidos a pular etapas quando novos na fé. Assim, eles não adquirem o conhecimento e a maturidade espiritual, imprescindíveis para encarar os problemas de frente.

Ao invés disso, murmuram contra Deus e chegam até mesmo a desistir da caminhada cristã. Em virtude disso, é imprescindível a prática da paciência para aprender as lições da experiência. Siga o exemplo de Davi: “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor” (Salmo 40.1).

Para suportar as tribulações é preciso ter fé. Certa vez, quando estava dando aula para um grupo de adolescentes, expliquei para eles que a fé em Cristo pressupõe três elementos essenciais: sensibilidade, esperança e perseverança.

Sensibilidade
. Presenciei situações de pessoas que não tiveram a sensibilidade suficiente para receber as bênçãos dos céus. Elas não estavam sensíveis à voz do Senhor. Estavam tão incrédulas que foram incapazes de sentir o mover de Deus.
Ter sensibilidade é estar atento ao chamado do Pai. É não criar barreiras internas para a ação sobrenatural do Senhor. Dentre outras razões, a falta de sensibilidade é também um dos impedimentos que obstam o agir de Deus na vida do cristão.

Quando nosso coração não está sensível, deixamos de acreditar que o milagre existiu e damos lugar à dúvida, outro fator que impede que contemplemos o Reino de Deus nesta terra. Abra seu coração e se permita depositar plenamente sua confiança no Senhor.

Esperança. O apóstolo Paulo escreveu: “E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, e a paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Romanos 5.3-5).

Esperança é a atitude de aguardar algo que se deseja e não simplesmente desistir no meio da jornada. O cristão deve esperar, confiando que Deus cumprirá todas as promessas que fez. Nos momentos de angústia não podemos perder a esperança. É um componente essencial da fé. Sem esperança, não há fé.

Jó foi um exemplo de como um servo de Deus pode ser vitorioso nas tribulações. O patriarca perdeu seus filhos e toda sua riqueza em um só dia. Mesmo diante da adversidade, lançou-se em terra e adorou ao Senhor. “Então Jó se levantou, e rasgou o seu manto, e rapou a sua cabeça, e se lançou em terra, e adorou” (Jó 1.20).

O relacionamento com Deus não é mera teoria, mas realidade para aqueles que o buscam e esperam o cumprimento de suas promessas. “E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jeremias 1.12). Nosso Pai Celestial nunca falha (Isaías 43.13) e está sempre pronto para conceder o desejo do nosso coração (Salmo 37.5), mediante sua perfeita vontade.

Perseverança. As lutas e tribulações fazem parte da vida cristã do mesmo modo que as bênçãos divinas. Jesus disse que no mundo (vida secular) teremos aflições, mas que devemos ter perseverança, pois ele venceu o mundo. As tribulações servem como aperfeiçoamento do caráter cristão.

Durante os Jogos Olímpicos, vemos diversos atletas de diferentes países competindo por uma medalha de ouro. Alguns desses atletas recebem altíssimos patrocínios e gozam de uma vida financeiramente estável. Porém muitos que ali estão não possuem sequer condições para se manterem em seu próprio país de origem. Esses últimos, entretanto, são os que recebem mais atenção da mídia quando conquistam uma medalha.

O motivo? Perseverança.

Os atletas que possuem os melhores equipamentos, a melhor estrutura, os melhores patrocinadores não chamam tanto a atenção quando conquistam a medalha porque, de certo modo, já se era esperado que eles ganhassem, que chegassem ao lugar mais alto do podium. Os verdadeiros heróis são aqueles que conseguem ultrapassar as barreiras do preconceito, do racismo, da quase miserabilidade e conquistam a medalha de ouro.

Os heróis não vivem em casas luxuosas e gozam de uma vida de fartura. Os heróis (de verdade) vencem inimigos muitos mais poderosos do que seus oponentes.

Do mesmo modo acontece na grande maratona cristã que perfazemos a cada dia. É preciso perseverança para vencer os obstáculos da vida e alcançar o grande prêmio: a coroa da vitória em Cristo.


Renato Collyer

segunda-feira, 5 de julho de 2010

A virtude dentro de cada um

Salomão estava certo. Ele sabia do que estava falando. Quem poderia entender melhor do assunto? Sua sabedoria era sua excelência. E suas palavras, verdadeiras obras-primas. Ele soube valorizar.

No auge de seu entendimento, escreveu em Provérbios, capítulo 31, certas palavras que marcariam, pois inverteriam a concepção natural de uma sociedade. Ele valorizou. Ele simplesmente deu valor a quem merecia.

Salomão começa seu lindo poema com uma pergunta: “Mulher virtuosa, quem a achará?”

Será que isso significava uma espécie de desafio?

Assim como o processo de lapidação de uma jóia, a virtude exige certos cuidados. Salomão sabia disso.

A virtude é companheira da sinceridade, da amizade e, principalmente, da lealdade. Do latim virtus, a virtude é uma qualidade particular. Tem um caráter personalíssimo, uma vez que uma pessoa não pode simplesmente entregá-la a outra. É uma inclinação moral e estável para a prática do bem. Uma única boa atitude não torna uma pessoa virtuosa. A virtude exige reiteração. Uma inclinação ou aptidão pessoal. E é claro que Salomão sabia disso.

E se trocarmos a pergunta: “Uma pessoa virtuosa, quem a achará?”

O rei Salomão sabia que a virtude é o conjunto de práticas constantes, reiteradas, que levam uma pessoa para o bem. Por isso, o motivo da pergunta.

Para Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), considerado por muitos o filósofo que mais influenciou o pensamento ocidental, a virtude representa disposição adquirida para a realização do bem. Essa disposição se aperfeiçoa com o hábito, ou seja, a reiteração. Para o filósofo grego, toda racionalidade prática é destinada a um fim, é dizer, a finalidade suprema é a felicidade. Essa felicidade (eudaimonia) não encontra sustentação ou razão de ser nas riquezas materiais, mas, sim, na virtude, ou melhor, numa vida virtuosa.

Para Aristóteles, em sua obra mais importante sobre Ética, “Ética a Nicômaco”, diferentemente de nosso atual conceito, a virtude é um “justo meio”, a execelência de cada ação, o fazer bem feito, a medida justa, cada pequeno ato praticado por uma pessoa.

O apóstolo Paulo escreveu que de todas as virtudes (fé, esperança e amor), “a maior destas é o amor” (1 Coríntios 13.13).

Não vejo outra melhor maneira de finalizar uma reflexão sobre virtude do que falando sobre o amor. Somente o amor, baseado no grande e excelente amor de Deus, nos torna capazes de praticar a virtude. Não como algo esporádico, mas como uma busca constante em nossas vidas. Busque-o.


Renato Collyer

sábado, 3 de julho de 2010

A oração solitária de Jesus por você



Qualidade do áudio: excelente (gravação em estúdio)
Tamanho: 9 mb

Clique no link para baixar o áudio da mensagem
http://www.megaupload.com/?d=KUTRVDZM

sábado, 26 de junho de 2010

Dedicando mais tempo para Deus



Qualidade do áudio: excelente (gravação em estúdio)
Tamanho: 10.9 mb

Clique no link para baixar o áudio da mensagem
http://www.megaupload.com/?d=R588LA41

segunda-feira, 21 de junho de 2010

O Santo Nome


Qualidade do áudio: excelente (gravação em estúdio)
Tamanho: 10.2 mb

Clique no link para baixar o áudio da mensagem
http://www.megaupload.com/?d=CWYJOYW1

quarta-feira, 16 de junho de 2010

O poder da oração



Qualidade do áudio: excelente (gravação em estúdio)
Tamanho: 10.8 mb

Clique no link para baixar o áudio da mensagem
http://www.megaupload.com/?d=UMVH189N

sexta-feira, 11 de junho de 2010

O amor aceita o erro (parte 3 de 3)
O perdão está intimamente ligado à misericórdia, porém não deve jamais ser confundido com tolerância ou permissividade em relação ao pecado. Deus perdoará ou condenará o pecador, dependendo de sua atitude diante da mensagem de Salvação. Ele, porém, não aceita a iniquidade.

O apóstolo Paulo escreveu aos romanos que o direito de vingança pertence a Deus. “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (Romanos 12.17-19).

Você pode estar se perguntando por que Deus é vingativo. Na verdade, somente ele sabe a dose certa da punição. Se nós mesmos fôssemos os julgadores, iríamos nos exceder, pois faz parte da nossa natureza humana pagar o mal com o mal em excesso.

Entenda, também, que o perdão não é simplesmente abrir mão da vingança. Algumas pessoas não se vingam, contudo, não libertam o pecador da sua condição de transgressor quando este se arrepende. Quem perdoa não usa o pecado do outro para atacá-lo e castigá-lo sempre que deseja. Algumas pessoas usam isso para envergonhar seus agressores. Esse é o pior tipo de vingança.

Se você está disposto a perdoar alguém de verdade, deve esquecer o erro e não atribuí-lo mais ao pecador. Não use o erro do seu próximo para castigá-lo no futuro. Esquecer é deixar no passado o que aconteceu no passado e viver tudo o que o presente pode oferecer de melhor.

Lembre-se de que o pecado prejudica as relações entre as pessoas e nossa relação com Deus. O ofendido se sente ferido e, às vezes, irado pela injustiça que sofreu. O perdão proporciona cura espiritual ao relacionamento. Ainda que o pecador se recuse a se arrepender, não podemos deixar que a raiva, o ódio e a amargura dominem nossos corações.

Devemos nos preparar para liberar perdão.

O primeiro passo é lembrar que nós mesmos somos pecadores e carentes do perdão de Deus. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23). Como seguidores de Cristo, o Pai já nos concedeu seu perdão no momento em que nos arrependemos de nossos pecados, no momento de nosso batismo, de nossa confissão pública de fé (Marcos 1.4).

Deus nos perdoou de uma grande dívida, nos concedendo a salvação. Por que, então, não agiríamos da mesma forma para com nosso próximo? Certamente podemos perdoar as pessoas que nos devem muito menos do que devíamos para o Pai. “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Efésios 4.32).


Renato Collyer

sexta-feira, 4 de junho de 2010

O amor aceita o erro (parte 2 de 3)
Assim como as demais leis que regem o Reino de Deus, o perdão está ligado a uma condição. O ato de perdoar pressupõe uma reciprocidade, pois na oração ensinada por Jesus, em Mateus 6.12, Deus nos perdoa na mesma proporção com que perdoamos nossos ofensores.

Se o perdão liberado por nós for completo, seremos perdoados. Do contrário, se não perdoarmos de verdade, não seremos perdoados pelo Pai. Perceba que Cristo, na oração do Pai Nosso, não disse “quando perdoamos”, mas “assim como perdoamos”.

O perdão divino é, portanto, condicional, pois Deus perdoa livremente, não exigindo a morte da pessoa que pecou. A morte de Jesus redimiu toda condenação. Seu sacrifício pagou a pena por nossos pecados.

Em contrapartida, Deus exige somente confissão de fé e arrependimento como condições para o perdão do pecador. “Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo. Visto que com o coração se crê para a justiça, e com a boca se faz confissão para a salvação” (Romanos 10.9-10).

Para que o perdão divino seja concedido é necessário arrependimento e uma verdadeira mudança de pensamento.

Deus nos convida a perdoar assim com ele perdoa.

Quando uma pessoa é capaz de perdoar facilmente demonstra que está em comunhão com o Pai e que está se esforçando para parecer com Jesus em suas atitudes. O apóstolo Paulo orientou os colossenses: “Suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também” (Colossenses 3.13).

Para usufruir da presença do Pai é preciso liberar perdão. Não guarde mágoas, rancor e ressentimentos em seu coração. Dê lugar somente para bons sentimentos.

Quando alguém peca contra você, ele se torna um transgressor da lei divina. Se há arrependimento e uma mudança de atitude, você precisa perdoá-lo, ou seja, libertá-lo da culpa. Quando você o perdoar, não deve mais considerá-lo como pecador. Isso significa esquecer o pecado. É claro que jamais seremos capazes de esquecer totalmente o erro como Deus o faz, mas é necessário deixar de atribuir à pessoa a culpa pelo erro que cometeu. Deste modo, você o libera de sua dívida.

Já ouvi muitas pessoas falarem: “Eu perdoo, mas não esqueço. Ele lá e eu aqui”. Quem perdoa deve realmente esquecer o que houve e não trazer à memória a ofensa recebida a cada nova oportunidade. Quem age desse maneira demonstra não ter capacidade de perdoar e, portanto, não merece ser perdoado por Deus. Se quisermos que o Senhor nos perdoe, precisamos apagar de nossa mente a ofensa recebida.

E quanto àquelas pessoas que nos fazem mal, mas que não se arrependem? Devemos perdoar esses também? Jesus disse: “Olhai por vós mesmos. E, se teu irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-lhe” (Lucas 17.3-4).

Jesus nos ensina que devemos estender o perdão quando o pecador se arrepende e confessa seu pecado. Algumas pessoas pensam que é correto perdoar as pessoas sem que estas se arrependam e peçam perdão. Essa prática, no entanto, só traz malefícios. Se libertarmos quem peca contra nós sem que essa pessoa tenha se arrependido do que fez, estaremos apenas encorajando-a a continuar com sua prática destruidora.

O perdão não pode ser uma desculpa para a prática de novos erros. Jesus nos ensina que devemos perdoar quantas vezes for preciso, mas desde que haja arrependimento. Jesus disse: “setenta vezes sete” (Mateus 18.21).

Metaforicamente, isso quer dizer que devemos perdoar sempre, quantas vezes for necessário. Isso só é possível quando estamos com Cristo, pois a sua graça nos capacita a cumprir esse preceito.


Renato Collyer
(continua...)

sábado, 29 de maio de 2010

O amor aceita o erro (parte 1 de 3) E disse José a seus irmãos: Peço-vos, chegai-vos a mim. E chegaram-se; então disse ele: Eu sou José vosso irmão, a quem vendestes para o Egito (Gênesis 45.4)

Quando os irmãos de José o venderam como escravo, ele tinha apenas dezessete anos. Mesmo enfrentando o ódio de seus próprios irmãos e sendo amargamente separado de seus pais, José atingiu a posição de supervisor da casa de Potifar, seu dono egípcio.

Porém, José foi atingido pelo desastre novamente. Depois de ter sido recusada pelo jovem, a mulher de seu senhor falsamente o acusou de assédio. José não cedeu aos avanços sexuais da mulher. Pelo contrário, fugiu de sua presença e pagou um alto preço por isso.

José foi posto na prisão. Deus, entretanto, esteve com ele durante os dois anos em que permaneceu ali. Em meio à dor e ao sofrimento, Deus concedeu um escape. Faraó, rei do Egito, estava ansioso para que alguém fosse capaz de interpretar o sonho que tivera. Nem os magos e os feiticeiros foram capazes de fazê-lo. Pelo poder de Deus, José foi capaz de interpretar o sonho de Faraó, sendo, em seguida, colocado em posição de poder próxima a do próprio rei.

José se tornou o encarregado pelo armazenamento e distribuição dos cereais em toda a terra do Egito e suas províncias.

Conforme José havia interpretado o sonho de Faraó, os sete anos de fartura haviam acabado e uma grande seca assolou a terra do Egito. Durante os próximos sete anos, haveria fome em toda a terra, mas, no Egito, havia mantimentos, por causa do sonho do rei e da interpretação de José.

Jacó, então, envia seus filhos para o Egito para comprarem mantimentos. José poderia ter se vingado de seus irmãos. Ele poderia fazer mal àqueles que tinham pecado contra ele anos atrás. A Bíblia, entretanto, narra justamente o contrário. José colocou seus irmãos à prova e tendo visto o arrependimento deles, recebeu-os com lágrimas e afeto. Ele os havia perdoado.

Muitas pessoas no lugar de José não teriam liberado o perdão. Parece que fica mais difícil perdoar quando temos um maior grau de intimidade com aqueles que nos ofendem. Jesus ensinou, todavia, que a falta de disposição para perdoar os outros nos retira o perdão de Deus. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós; se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” (Mateus 6.14-15).

Perdão quer dizer, literalmente, cancelar ou remir. Significa também a liberação ou cancelamento de uma obrigação. No sentido bíblico, o termo perdão é utilizado para esquecer um débito financeiro. Sob esse enfoque, devemos entender que o homem é um devedor espiritual ao pecar contra Deus.

Ao ensinar seus discípulos a orar, Jesus fez uso desta linguagem figurativa de perdão como esquecimento de dívidas. “Perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores” (ênfase do autor) (v. 12).

O homem se torna devedor e carente do perdão divino ao transgredir a lei de Deus. Cada pecador precisa suportar a culpa de sua própria transgressão e a justa punição do pecado praticado. “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor” (Romanos 6.23).

Jesus pagou o preço mais alto por nós. Através de sua morte na cruz, fomos redimidos. Ao aceitarmos o sacrifício de Jesus, confessamos que necessitamos do perdão divino. Deus aceita a morte de seu único filho como pagamento de nossos pecados, livrando-nos da culpa por nossas transgressões.

Por causa do sacrifício vivo de Jesus, não mais ficamos perante o Pai como infratores de sua lei. Somos perdoados pela sua infinita graça. Através do perdão de Deus, somos livres da condenação. Fomos libertos da culpa do pecado. O Senhor definitivamente apaga de sua memória qualquer lembrança ruim a nosso respeito. “Porque serei misericordioso para com suas iniqüidades, e de seus pecados e de suas prevaricações não me lembrarei mais” (Hebreus 8.12).

Não estou dizendo que Deus tem memória fraca. Não se trata disso. Excepcionalmente, ele se lembrou do pecado que Davi cometeu contra Bate-Seba e Urias mesmo depois de tê-lo perdoado há muito tempo (1 Reis 14.5).

Deus, através do perdão, livra-nos da dívida do pecado, é dizer, cessa de imputar a culpa desse pecado. “Bem-aventurados aqueles cujas maldades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos. Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa o pecado” (Romanos 4.7-8).

O perdão divino liberta o pecador da culpa pelo pecado. Este é o verdadeiro sentido ao dizer que Deus “esquece” quando perdoa.


Renato Collyer
(continua...)

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O caminho para a presença de Deus, a verdadeira adoração
Tu és Santo, o que habitas entre os louvores (Salmo 22.3)

A chave para se chegar à presença de Deus é a nossa adoração verdadeira, nosso culto ao Senhor. O louvor é capaz de liberar a glória de Deus. Nossa adoração funciona como uma ponte entre terra e céu, trazendo aos adoradores as respostas do Reino dos Céus. Essas respostas, por meio do Espírito Santo, podem tomar formas diversas, como profecias, curas, milagres, fortalecimento do espírito e salvação de pecadores.

Quando o homem expressa seu louvor e sua adoração com um coração puro e verdadeiro, Deus libera sua glória e se manifesta de modo tremendo. O louvor, mesmo o mais simples, traz a presença de Deus e promove edificação.

Somente Deus é digno de todo o louvor, e quando o louvamos refletimos sua alegria. Não servimos a um Deus triste. É na alegria do Senhor que se encontra nossa força (Neemias 8.10). Como povo de Deus, devemos sempre cultivar e promover a alegria do Senhor como uma poderosa fonte de poder espiritual.

Louvamos a Deus com entendimento

Escolhemos servir a Deus porque temos consciência de seu imenso poder e de sua infinita graça. Acreditamos nas promessas do Pai. Optamos por seguir seus mandamentos porque temos compreensão das suas obras. Escolher servir a Cristo é uma opção que reflete nossa inteligência, pois não servimos ao Senhor de modo inconseqüente ou porque estamos obrigados a isso.

Do mesmo modo, quando cantamos louvores com sabedoria, estamos testemunhando verdadeiramente o amor de Deus por nós e demonstrando nosso amor sincero a Ele. Com nossa sinceridade, conseguimos sensibilizar as outras pessoas a praticarem o mesmo, a dedicar suas vidas a Deus, a transformar seu dia a dia em um constante testemunho do que o Senhor é capaz de fazer pelo seu povo. “Pois Deus é o Rei de toda a terra; cantai louvores com inteligência” (Salmo 47.7).

Inteligência, do hebraico maskil, é um termo usado no título de diversos Salmos e pode significar “instrutivo”. Devemos ter plena consciência de nossa adoração. Deus não precisa de uma adoração mecânica. Ele deseja que o louvemos com entendimento, pois aceitamos servi-lo de todo o coração.

Como filhos de Deus, fizemos uma escolha. Uma escolha pautada pela sabedoria. Não devemos perder o foco e nos deixar levar por simples emoções. Como Igreja do Senhor, não podemos nos deixar levar pelo sentimentalismo e confundir emoções humanas com a presença de Deus. Oferecemos nosso culto racional ao Senhor.

O louvor sincero e poderoso atrai a presença de Deus. O louvor voluntário e autêntico nos afasta da prática do pecado, pois não sentimos desejo de praticar ações que desagradam o Espírito de Deus que habita em nós.

O louvor contínuo interrompe o avanço da iniqüidade. “Eis que ele está com dores de perversidade; concebeu trabalhos, e produziu mentiras. Cavou um poço e o fez fundo, e caiu na cova que fez. A sua obra cairá sobre a sua cabeça; e a sua violência descerá sobre a sua própria cabeça. Eu louvarei ao Senhor segundo a sua justiça, e cantarei louvores ao nome do Senhor Altíssimo” (Salmo 7.14-17).


Renato Collyer

quarta-feira, 12 de maio de 2010

A oração solitária de Jesus por você Já era noite. Algo de especial estava para acontecer. Dentro de instantes, a História estava por ser reescrita. Toda a humanidade iria se recordar daquele momento. Todos atônitos olhavam para o homem pregado ao alto da cruz. Seu rosto expressava cansaço e seu corpo era o retrato fiel da crueldade dos soldados romanos. Mesmo sentindo a dor dos açoites e o desprezo de muitos que ali estavam, Jesus proferiu uma oração ao Pai.

Ainda que sua pele estivesse dilacerada, com partes separadas de seu corpo, seu coração permaneceu íntegro. Mesmo em meio à dor e à solidão da cruz, o mestre da serenidade permaneceu firme em seus propósitos e confiante na missão que lhe foi confiada.

Muitas pessoas no lugar de Jesus encarariam a situação sob outro prisma e desistiriam. Muitos iriam pensar que o sacrifício não valeria a pena. Prefeririam acreditar que a raça humana não tinha solução, que estava fadada à morte física e espiritual.

Jesus, entretanto, abriu mão de sua própria vida por amor aos homens. O verdadeiro milagre não foi sua ressurreição, pois ele já sabia que isso iria acontecer. O simples fato de saber o que está por vir não é suficientemente capaz de fortalecer uma mente abatida. O evento milagroso repousou na certeza que Cristo tinha que sua morte não seria em vão.

Jesus teve fé.

Sim, o exemplo fidedigno da confiança em Deus precisou passar pela experiência de ser simplesmente um ser humano. Jesus sentiu as aflições inerentes à raça humana, conviveu com suas emoções, interagiu com os demais de sua espécie, experimentou seu amor e seu ódio, sua ingratidão e seu rancor. E o que lhe fez chorar, sua falta de fé (João 11.35).

Seu corpo machucado queria entregar os pontos, jogar a toalha, mas seu espírito vívido fervia por amor à raça humana. No auge de seu sofrimento, quando os soldados romanos o zombavam, Jesus proferiu as seguintes palavras: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem” (Lucas 23.34).

Cristo demonstrou misericórdia para com seus agressores. Ele teve misericóridia do mundo!

Será que você consegue se imaginar no meio daquela multidão que contemplava um homem inocente merecendo uma punição em seu lugar? Sim, aquela cruz era pra você! Jesus pagou o maior valor pela sua vida. Ele deu o maior lance. O contrato de sua vida eterna foi assinado com uma tinta especial, o sangue precioso de Jesus!

Mesmo sendo castigado pelos soldados romanos e desprezado pelos seus, Jesus proferiu palavras carregadas de amor e compaixão.

Jesus orou. Por você. Por todos nós!


Renato Collyer

sábado, 8 de maio de 2010

Acima de tudo, Deus
Avalie com clareza o que você espera de você mesmo. Faça planos para o futuro de modo que consiga realizar seus ideais de vida. Faça planos a curto e a longo prazos. Não permita que ninguém afaste você de sua fé e de suas convicções pessoais, nem consinta que alguém sugira atos que o façam perder seu sono ou sua consciência tranquila e, principalmente, seu foco em Deus. Afinal, não vale a pena se precipitar em nenhuma das áreas de sua vida.

Deus cumprirá no tempo certo todas as suas promessas. Aguarde o momento oportuno para que cada um de seus sonhos e projetos se realizem. Fique firme em Deus.

Pode parecer mais um clichê, mas... a vida é curta. E é realmente curta, cansativa e vazia sem Deus! Por essa razão, devemos conhecer nosso Pai, obedecer seus mandamentos e nos contentar com o que temos, não querendo achar culpados por nossos próprios erros.

O rei Salomão nos ensina que para desfrutarmos a vida, precisamos conservar Deus bem no centro de tudo. Sem Deus, apenas existimos. Sem Deus, não vivemos, apenas sobrevivemos. Passamos da emoção da juventude à amargura da velhice. Mas com Deus, podemos aproveitar cada momento, relacionamento e experiência ao longo do caminho.

Alegra-te, jovem, na tua mocidade, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do teu coração, e pela vista dos teus olhos; sabe, porém, que por todas estas coisas te trará Deus a juízo (Eclesiastes 9.11)

No livro de Eclesiastes, Salomão deixa bem claro que, para viver em plenitude, devemos seguir a Deus. Não com medo. Não com medo de que ele irá nos privar de alguma coisa ou impor condições absurdas. O Pai não age assim. Devemos simplesmente acreditar que ele deseja fazer de nossa vida algo maravilhoso.

A vida começa no momento em que entendemos que o mundo não gira em torno de nós mesmos, mas em torno do Deus que o criou com tudo o que nele existe. E que esse Pai nos ama demais. Ele está sempre conosco e disposto a nos ajudar em tudo.

Acima de tudo, Deus. Pense nisso.