sexta-feira, 11 de junho de 2010

O amor aceita o erro (parte 3 de 3)
O perdão está intimamente ligado à misericórdia, porém não deve jamais ser confundido com tolerância ou permissividade em relação ao pecado. Deus perdoará ou condenará o pecador, dependendo de sua atitude diante da mensagem de Salvação. Ele, porém, não aceita a iniquidade.

O apóstolo Paulo escreveu aos romanos que o direito de vingança pertence a Deus. “A ninguém torneis mal por mal; procurai as coisas honestas, perante todos os homens. Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens. Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor” (Romanos 12.17-19).

Você pode estar se perguntando por que Deus é vingativo. Na verdade, somente ele sabe a dose certa da punição. Se nós mesmos fôssemos os julgadores, iríamos nos exceder, pois faz parte da nossa natureza humana pagar o mal com o mal em excesso.

Entenda, também, que o perdão não é simplesmente abrir mão da vingança. Algumas pessoas não se vingam, contudo, não libertam o pecador da sua condição de transgressor quando este se arrepende. Quem perdoa não usa o pecado do outro para atacá-lo e castigá-lo sempre que deseja. Algumas pessoas usam isso para envergonhar seus agressores. Esse é o pior tipo de vingança.

Se você está disposto a perdoar alguém de verdade, deve esquecer o erro e não atribuí-lo mais ao pecador. Não use o erro do seu próximo para castigá-lo no futuro. Esquecer é deixar no passado o que aconteceu no passado e viver tudo o que o presente pode oferecer de melhor.

Lembre-se de que o pecado prejudica as relações entre as pessoas e nossa relação com Deus. O ofendido se sente ferido e, às vezes, irado pela injustiça que sofreu. O perdão proporciona cura espiritual ao relacionamento. Ainda que o pecador se recuse a se arrepender, não podemos deixar que a raiva, o ódio e a amargura dominem nossos corações.

Devemos nos preparar para liberar perdão.

O primeiro passo é lembrar que nós mesmos somos pecadores e carentes do perdão de Deus. “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Romanos 3.23). Como seguidores de Cristo, o Pai já nos concedeu seu perdão no momento em que nos arrependemos de nossos pecados, no momento de nosso batismo, de nossa confissão pública de fé (Marcos 1.4).

Deus nos perdoou de uma grande dívida, nos concedendo a salvação. Por que, então, não agiríamos da mesma forma para com nosso próximo? Certamente podemos perdoar as pessoas que nos devem muito menos do que devíamos para o Pai. “Antes sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” (Efésios 4.32).


Renato Collyer

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